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Página Principal : Linguística
A ?natureza da linguagem?
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A Lingüística moderna prega a primazia do estudo da linguagem oral. Usa dados contextualizados e, em sua transcrição, capta a ocorrência oral espontânea. Esses dados permitem uma comparação efetiva entre a fala e a escrita. Ambas são parcialmente isomórficas, mas é a escrita que representa a fala e a simula. A comparação entre essas duas modalidades é feita sob três perspectivas. Na primeira, a natureza do estímulo entre a fala e a escrita, os ouvintes, cognitivamente, reestruturam a cadeia sonora em unidades significativas como o fonema, a palavra e a oração. A História revela que essa consciência cognitiva foi sendo despertada gradativamente, levando milênios para chegar à forma da escrita alfabética. A fase fonográfica (lexical/silábica, silábica e alfabética) iniciou-se por volta de 3100AC, com o sistema pictográfico, sofrendo um processo de estilização, cujo processo resultou nos ?logogramas?, os quais representaram também idéias associadas aos objetos representados pelos pictogramas. Estes, inicialmente, eram letras de forma. A escrita cursiva apareceu depois, concorrendo para a estilização, simplificando os traços. O sistema transformou-se de icônico para simbólico. Depois desta fase, o sistema silábico desenvolveu-se plenamente através do fenômeno conhecido como RÉBUS (representação de palavras ou silabas por pictogramas, utilizando-se apenas dos sons de nomes dos objetos representados), cujo caminho direcionou para a descoberta da escrita silábica. Os fenícios apossaram se da escrita lexical/silábica dos egípcios e dela extraíram 24 símbolos, formando o silabário, cuja constituição era de consoantes, sendo as semiconsoantes correspondentes aos fonemas /w/ e /y/, representando as vogais /u/ e /i/. Os gregos emprestaram o silabário fenício para formar a base de sua escrita. O uso pelos fenícios da vogal depois da consoante se firmou no grego como norma. Assim, a escrita silábica passou para a alfabética. A descoberta do alfabeto ocorreu no século X AC. Depois da descoberta desse sistema nenhuma inovação significativa ocorreu na história da escrita. Todas as variedades alfabéticas no mundo usam os mesmos princípios estabelecidos pela escrita grega. Entretanto, mesmo tendo a intenção de se fazer um alfabeto de natureza fonética, o fato de toda uma língua mudar, ter diferenças dialetais e variações estilísticas que afetam a pronúncia, impediu que a escrita alfabética pudesse ter uma natureza estritamente fonética. Na verdade, a relação é essencialmente ?fonêmica?. O sistema ortográfico do Português é essencialmente ?fonêmico?, pois neutraliza diferenças fonéticas existentes na fala que não são significativas e, também, reproduz diferenças fonéticas que são significativas. Além disso, tem uma ?natureza parcialmente ideográfica?, pois sua regularidade ortográfica pode ser regida por coerência lexical, possuindo natureza arbitrária. Já, na segunda perspectiva, a das diferenças formais entre a fala e a escrita, a diversidade entre elas é acarretada pelas condições de produção e de uso lingüístico. No interior de cada uma, existe múltipla variação. Esta é causada por diversos fatores, como: variável social e psicológica na forma da linguagem que pode ser explicado pelo nível de letramento da comunidade em que o sujeito insere-se; a fala pré letramento e pós letramento: a fala sendo influenciada pela escrita, pois, em longo prazo, a chamada distinção entre ambas as linguagens tenderá neutralizar-se, deixando de ser empecilho para o acesso à linguagem prestigiada pela sociedade e pela informação, havendo um grau de obediência à norma-padrão como critério definidor das duas modalidades; o estágio de desenvolvimento lingüístico no qual se verifica uma evolução em direção a gramaticalização, cujas características podem ser usadas para diferenciar o registro informal do formal; a forma como uma função do gênero, o que faz as duas modalidades se distanciarem durante as c
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