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Língua Falada e Língua Escrita
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Ângela C. Souza Rodrigues traz as reflexões observadas em seu envolvimento com Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta, o Projeto NURC/SP. Nesse ensaio ela se propõe a analisar a língua falada e a língua escrita e apresentar as diferenças entre elas com base na pesquisa feita. Para isso, Rodrigues começa com uma rápida introdução onde ela apresenta o modo como a pesquisa foi realizada, dando como exemplo uma transcrição do corpus desse projeto. Denota também a importância dos sinais gráficos na transcrição e seu valor real nesse tipo de escrita, mostrando como eles adquirem novas interpretações quando utilizados numa transcrição. Após essa introdução para a situação do leitor sobre o assunto a ser discutido, Ângela apresenta o objeto de estudo que é a língua falada, descrevendo como ela acontece no exemplo dado na transcrição da introdução. Destaca a importância do contexto dessa produção oral, ou seja, o momento e a maneira em que ocorre. A autora cita possibilidades de produção oral, e uma delas é a conversação em que há a alternância dos interlocutores em falantes e ouvintes, acontecendo espontaneamente e sem planejamento prévio e com uma relação temporal entre os interlocutores, mesmo que não estejam ambos face a face, como ocorre numa conversa telefônica. Outra característica que Rodrigues apresenta em seu ensaio é a questão do planejamento e do não planejamento dos discursos, dizendo que em geral produções orais e, em especial as conversações, tendem para o não planejamento enquanto os textos escritos seriam em sua maioria planejados, mas salientando também a possibilidade de textos orais serem previamente planejados e que textos sejam escritos com relativo ?não planejamento? sempre dando como exemplos claros as ocorrências da transcrição apresentada na introdução. Seguindo as características da língua falada enumeradas, temos o envolvimento que gera uma relação entre os interlocutores, onde a fala de um interfere e determina a fala do outro. Terminada essa apresentação da língua falada, Rodrigues parte para a língua escrita, e para isso ela utiliza o conto de Carlos Drummond de Andrade ?A Falsa Eternidade?, demonstrando como um texto escrito ?já nasce escrito? não havendo nenhuma interferência da parte do leitor e nem a interação entre este e o autor. Ao levar em conta as observações sobre a língua escrita, a autora define a importância do isolamento do autor no momento da produção textual, bem como o distanciamento entre os interlocutores (autor e leitor) e a questão temporal dessa produção. Ela salienta que, ao contrário da conversação na língua falada, na língua escrita os interlocutores não se alternam em seus papeis e também que o planejamento se dá com maior ênfase na língua escrita, já que o escritor tem disponível o tempo que precisar para acrescentar o que bem entender em seu texto e elaborá-lo da melhor maneira possível. Para o item Língua Escrita, a autora cria tópicos semelhantes aos do item Língua Falada, para que haja uma comparação entre duas, isso acontece com ?Planejamento e Não Planejamento? e ?Envolvimento e Distanciamento?, para deixar bem claro que em regras gerais (conservando as exceções) que o planejamento e o distanciamento se aplicam a língua escrita, produzida com elaboração especial e não simultaneamente e sem a interferência do outro interlocutor (leitor), e que não planejamento e envolvimento se aplicam a língua falada onde os dois interlocutores influenciam a produção oral do outro não se podendo prever ao certo a seqüência da conversação. Ao concluir seu ensaio, Rodrigues traz reflexões sobre a profundidade das diferenças entre língua falada e língua escrita dando um panorama geral da diversidade na produção de cada uma bem como seus resultados e usos.
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