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Principles of linguistic change, vol 2
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LABOV, W. Principles of linguistic change. Volume 2: social factors. Malden, Massachussets/ Oxford: Blackwell, 2001. Texto dedicado a Uriel Weinreich. No preâmbulo do livro (foreword), Labov faz algumas considerações preliminares que constituem, na verdade a base de sua concepção de linguagem e do fenômeno da variação/mudança lingüística desde o texto seminal Empirical foundations for a theory of language change (Weinreich, Labov e Herzog, 1968). 1. É possível descrever ordenadamente a diferenciação (heterogeneidade) numa língua de uma dada comunidade lingüística; 2. a mudança lingüística ocorre em gramáticas da comunidade; os idioletos não fornecem bases seguras para gramáticas consistentes. O autor dá notícia de alguns projetos de pesquisa que avançaram esse ponto de vista da heterogeneidade ordenada e da primazia da comunidade lingüística. Esses projetos, surpreendendo a expectativa dominante, acrescentam, aos dois pontos acima elencados, as seguintes constatações: 3. As mudanças lingüísticas nascem a partir de grupos localizados no centro da escala socioeconômica; e não nos grupos periféricos como se supunha; 4. a mudança lingüística ocorre em tal velocidade que os dialetos de todas as grandes cidades estudadas (Boston, New York, Chicago, Birmingham e Los Angeles) são mais diferentes entre si do que eram há um século. No que diz respeito às intenções deste volume, vale ressaltar a tentativa de se identificarem os "líderes" da mudança lingüística "por meio da justaposição de variáveis sociolingüísticas estáveis com novas e vigorosas mudanças em progresso". O autor postula que em cada classe social e em cada vizinhança, é possível distinguir os líderes da mudança lingüística em relação àqueles que simplesmente a adotam, e é possível, ainda, delinear retratos detalhados desses líderes conforme operam dentro de suas teias de relações sociais na vida diária. Vale-se Labov de instrumentais muito refinados, que desvelam a interação de fatores como gênero, classe social e idade na mudança lingüística. Neste trabalho, Labov faz uma abordagem histórica e evolucionária na qual as explicações da mudança lingüística não se restringem aos princípios internos, mas relacionam comportamento lingüístico a fatos e princípios de outros domínios (como fisiologia, psicologia, história e sociologia), em busca das causas dos eventos em análise. Assevera o autor, ainda, que há que se dar atenção à natureza dessas causas. Em defesa do método a ser perseguido, o autor lembra, como contraponto, a abordagem teleológica de Jakobson, para quem a compreensão da estrutura e do comportamento lingüístico dependia de uma compreensão prévia das intenções do falante. Caminho traiçoeiro, conforme Labov, uma vez que não podemos ter certeza quanto às intenções do falante. "As causas da mudança lingüística que são perseguidas neste volume são as condições antecedentes que governam e condicionam a mudança. Essas podem envolver ou afetar o estado mental do falante, e esse estado mental pode muito bem ter a ver com o comportamento que implementa a mudança." O estado mental do falante está associado, por exemplo, ao desejo de veicular conteúdo proposicional, ou a outras reações subjetivas. Depois de criticar o tipo de explicação lingüística que recorre à teleologia, Labov critica o argumento da função. "Esforços para explicar a mudança lingüística em termos de funções da linguagem demandam um insight similar no estado mental do falante, já que ?função'' geralmente significa o que as pessoas tentam realizar enquanto falam (Hymes, 1961)." Labov adota um sentido mais objetivo ao termo "função": como um certo traço lingüístico opera ou funciona tendo em vista as conseqüências de seu uso. Inspirado por Meillet (1926), este trabalho do lingüista norte-americano procura explicar a mudança lingüística por meio de correlações com a estrutura social dacomunidade de fala onde se dá a mudança; procura superar o impasse do acadêmico que tenta "entender o mundo posicionando-se acima dele".
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