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TROVADORISMO - PARTE II
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TROVADORISMO - PARTE II A POESIA MEDIEVAL PORTUGUESA ? PARTE I A produção poética medieval portuguesa pode ser agrupada em dois gêneros: _ gênero lírico: em que o amor é a temática predominante; são as cantigas de amor e as cantigas de amigo; _ gênero satírico: em que o objetivo é criticar alguém, ridicularizando esta pessoa de forma sutil ou grosseira; a este gênero pertencem as cantigas de escárnio e as cantigas de maldizer. Gênero Lírico Dentro do gênero lírico, o texto que dá início à literatura portuguesa chama-se Canção da Ribeirinha, escrita possivelmente em 1189, por Paio Soares de Taveirós. Segundo Dona Carolina Michaëlis de Vasconcelos, essa cantiga foi dedicada à ribeirinha (Maria Pais Ribeiro), favorita de D. Sancho I, segundo rei de Portugual. Há dois tipos de poemas pertencentes ao gênero lírico, no TROVADORISMO: a) Cantiga de amor: a cantiga de amor é de influência provençal (Provença ? região do sul da França). Esse tipo de cantiga mostra o amor cortês da época; o poeta fala em seu próprio nome, exprimindo seus sentimentos amorosos pela dama cortejada. É um amor de realização impossível, pois sua amada é casada ou pertence a uma classe social superior à sua. Por não ser correspondido, o homem sofre (coita d'amor), exterioriza suas queixas, humilha-se aos pés da amada, como um servo (vassalagem amorosa). Sempre respeitoso, o eu-lírico masculino jamais revela o nome de sua amada, enfatizando sempre que ela é superior a ele. A mulher é chamada de mia senhor e o eu-lírico tece elogios à sua beleza, ao mesmo tempo em que sofre por saber que jamais poderá tocá-la. Influenciado pela moral cristã, o poeta se dispõe a um afastamento casto de sua amada, desejando-a, respeitosamente, a distância. b) Cantiga de Amigo: originou-se na Península Ibérica. Nas cantigas de amigo, o trovador expressa os sentimentos que ele supõe que a amada lhe dedique. A principal característica das cantigas de amigo é o sentimento do eu-lírico feminino, embora elas sejam escritas por um homem. A cantiga de amigo procura mostrar a mulher dialogando com sua mãe, com uma amiga ou com a natureza, sempre preocupada com sue amigo (namorado). Outras vezes, o próprio amigo é o destinatário do texto, como se a mulher desejasse fazer0lhe confidências de seu amor. Mais populares, as cantigas de amigo não se ambientam em palácios, e sim em lugares mais simples, como o campo, as igrejas, etc. Mostram, muitas vezes, cenas do cotidiano, em que a moça vai lavar roupa, vai a uma romaria ou freqüenta uma festa. As cantigas de amigo apresentam alguns aspectos que as diferenciam das cantigas de amor: _ os temas são mais variados que nas cantigas de amor; _ por serem cantigas populares, a linguagem é menos rica e mais musical; _ destinam-se ao canto e à dança; _ nelas são configurados os problemas sociais e políticos. Além disso, quanto à forma, é freqüente o uso do refrão (repetição de versos) e do paralelismo (construção que se repete com pequenas alterações a cada estrofe). Quando não apresenta refrão, a cantiga é considerada melhor elaborada, recebendo o nome de cantiga de maestria ou maestria.
OS CANCIONEIROS Se hoje temos acesso a textos do trovadorismo é graças à compilação feita em três grandes cancioneiros: a) CANCIONEIRO da Ajuda: assim designado por conservar-se na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, no qual são agrupadas 310 cantigas de amor. b) Cancioneiro da Vaticana: encontrado em Roma, na biblioteca do Vaticano, datado dos fins do século XV. Contém 1205 cantigas de todos os tipos. c) Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa: o mais completo dos três, com 1647 poesias. Foi copiado na Itália, no século XVI; pertenceu a um humanista italiano, Ângelo Colocci, e, no século XIX, foi encontrado na biblioteca do Conde Brancutti. Por isso, às vezes, é também chamado de Cancioneiro Colocci-Brancutti.
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