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Filosofia e Sociologia no Ensino Médio:breve contextualização hist.


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1.                  Mais de cem anos de luta

O ensino de Sociologia e Filosofia no Brasil é marcado por um processo pendular de inclusão e exclusão das disciplinas no ensino Fundamental e Médio. Fazendo uma breve análise cronológica, podemos dividir esta história em três importantes períodos: (1891-1941) período de sua institucionalização; (1941-1981) período de alijamento e (1982-2001) período de retorno gradativo.  A interpretação desses dados torna evidentes dois vetores influentes na inclusão ou exclusão das disciplinas de Sociologia e Filosofia nos currículos escolares: o contexto histórico e social; e o espírito de luta daqueles que acreditaram e/ou acreditam que estas disciplinas têm um papel importante e intransferível a desempenhar no Ensino Médio e Fundamental do Brasil.

2.                  Institucionalização (1891-1941)

Ano de 1889. Proclamação da República. O ideal republicano era latente entre os que assumiram o poder, o sentimento de republicanismo e a necessidade de disseminar no país uma nova idéia de nação, marcam o primeiro período da análise. Em 1891, pela primeira vez no Brasil é proposta na Reforma Benjamim Constant, as disciplinas de Sociologia e Filosofia no ensino ?secundário?. A Sociologia e Filosofia surgem neste momento não só como disciplinas indispensáveis a esses interesses, mas também como uma das disciplinas obrigatórias e responsáveis pela preparação de advogados, médicos, engenheiros, arquitetos (cursos intitulados complementares) e professores (curso normal).

3.                  Alijamento (1942-1981)

O segundo período tem suas configurações determinadas pelo regime ditatorial que se inicia com a decretação do Estado Novo em 1937, e pelo autoritarismo militar instaurado pelo golpe de 1964. Em 1941 a Reforma Capanema retira a obrigatoriedade da Sociologia nos cursos secundários, afora o curso normal. Fato que demarca o início do segundo período. Assim, tanto na ditadura Vargas quanto na ditadura militar, foram utilizados mecanismos pedagógicos semelhantes, até porquê, seus objetivos eram os mesmos, quais podemos resumir como sendo: ?formar indivíduos com espírito de patriotismo e civismo, fortalecendo assim a unidade nacional e o culto da obediência à lei?. Desta forma, o papel da ciência na formação dos jovens brasileiros neste período deveria ser somente o de possibilitar o domínio de técnicas para a melhoria do processo de trabalho, e não o domínio de técnicas de pesquisa para a investigação da realidade social brasileira. Deste modo, fica claro que a disciplina de Sociologia e Filosofia no período ditatorial eram para as autoridades, mais do que desnecessária, era impertinente, indesejável.

4.                  Retorno (1982-2001)

Contextualizando alguns fatos, com a abertura democrática intensificaram-se as lutas pela Sociologia e Filosofia no ensino médio, e importantes vitórias foram alcançadas. Em 1982 a Lei 7.044 de 18 de Outubro torna a optativa para as escolas a profissionalização no ensino médio. Mais do que ornamentações pedagógicas, ou meros limbos curriculares, a docência destas disciplinas vem para contribuir de modo específico e peculiar junto às demais disciplinas para construção de uma sociedade reflexiva, investigadora de seu meio, e capaz de problematizar sua própria realidade. Busca-se somente, empregando seus conceitos e métodos apenas facilitar e possibilitar ao educando, que ele consiga despertar em si mesmo um novo foco de seu próprio meio, e daí exercitar o início de um pensamento crítico e/ou reflexivo que o leve a perceber em alguns antes desimportantes detalhes, fatos ou frases, as contradições, as desigualdades, a realidade a sua volta e que assim ele possa se perceber em seu grupo, como parte deste grupo, se individuar, se compreender e compreender as diferenças. Busca-se não mais que favorecer a cidadania, a tolerância, a coesão e o desenvolvimento social. A história de amanhã que se tenta escrever hoje, é a de uma comunidade coesa, de uma sociedade que compreende suas diferenças, que é capaz de problematizar seu meio, que luta por seus ideais próprios de progresso, pela cidadania, e contra a intolerância, o individualismo e o etnocentrismo. A Sociologia e a Filosofia vêm com o modesto, porém probo intuito de trabalhar junto às demais disciplinas para o desenvolvimento do educando e da comunidade. Para alcançar o que se almeja não há truques, e nem se desdobrará por encanto. A luta prossegue, e a cidadania agradece.




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