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Resenha: Sistema e Ciência: Aristóteles e o Liceu


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LUCE, J. V. Curso de filosofia grega: do século VI a.C. ao século III d.C. Tradução de Márcio da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

Capítulo IX: Sistema e Ciência: Aristóteles e o Liceu

Aristóteles. Esse é o foco deste capítulo, onde nos será apresentada a biografia e os estudos desse filósofo. Temos também nesse capítulo um texto que situa as obras de Aristóteles em: obras sobre Lógica, obras sobre a Physis, obras sobre Psicologia, obras sobre Biologia, obras sobre Metafísica, obras sobre Ética, obras de Política e obras de crítica literária.

Sobre o conhecimento Aristóteles afirma: ?Se nada percebêssemos, não poderíamos aprender ou entender nada?. Assim vemos que a percepção pelos sentidos é para ele a base do conhecimento. Outra afirmação: ?Todos os seres humanos têm um desejo natural de conhecer? nos introduz a visão de Aristóteles sobre a filosofia e seu surgimento, e a busca dos primeiros filósofos pela origem das coisas. Para ele a filosofia deveria ser uma busca do conhecimento das causas últimas das coisas. Na doutrina por ele elaborada há basicamente quatro tipos de causas: material, ou seja como ela se manifesta, causa eficiente, o que leva a ela existir, causa formal, que é a qual ela é colocada em um padrão de como deve ser, e a causa final que seria seu propósito ou meta. Assim constituímos uma resposta completa à pergunta: ?por que uma coisa é o que é??.

Aristóteles também conceituava o conhecimento das coisas em : Particular e universal, ou seja, se certa qualidade é do indivíduo ou do grupo ao qual esse indivíduo pertence. Potencialidade e atualidade, assim seria o que as coisas são agora e que podem vir a ser, a mudança. Matéria e forma, esses seriam opostos, podemos exemplifica num animal a forma como sendo a alma ou ?vida? e a matéria como os órgãos e sentidos. Aristóteles também se insere na polêmica do ?ser?, colocando esse como na verdade sendo o elemento substancial das coisas, o fato primordial e absoluto de algo. A substância seria então o que faz as coisas serem o que são, mas sendo imaterial. Ela não é o que algo é, mas sim o que organiza um agrupamento de coisas a serem algo por sua finalidade.

Sobre a estrutura do universo Aristóteles não se viu em necessidade de explicar a origem deste, pois o considerava eterno. Porém seus tratados físicos sobre a forma, componentes e estrutura do universo foram uma concepção aceita por todos até as obras da moderna astronomia iniciada pelas observações de Nicolau Copérnico e as de Galileu Galilei. Dentro desse tópico temos o que seria Deus para Aristóteles, o qual não seria um Deus criador mas sim um Deus muito além dos homens e de sua maneira de pensar, que fica apenas a contemplar o universo, e nada tem a ver com a bondade ou qualquer outra qualidade do homem. Porém essa bondade em nosso mundo teria como fim ou meta o esforço para o desenvolvimento da potencialidade da matéria para a sublimação da forma buscando assim a esse Deus.

Na filosofia prática Aristóteles tenta encontrar o que verdadeiramente proporciona bem-estar ao homem, acaba por concluir que este provem da excelência moral e intelectual, onde aquele que as possui sabe as verdadeiras atitudes a se tomar e executa no seu dia-a-dia exercícios que o tornam um homem de bem, assim sendo, ?feliz?.

Temos aqui então um resumo básico do que é abordado no capítulo de número nove. Podemos observar que esses textos são voltados aos estudos de filosofia no ensino superior, já que possuem certa linguagem e estrutura textual de difícil acesso aos jovens do ensino médio ou qualquer outra pessoa que venha a se interessar pela leitura em filosofia e não possua certa capacidade e habilidade em ?dissecar? textos. O autor fez uma eficiente síntese do pensamento aristotélico e de como ele revolucionou a Filosofia, com notável objetividade o autor nos insere ao homem que dedicou sua vida ao pensar e por séculos vem a guiar o pensamento de diversos pensadores.



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