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Os Paradigmas de Vida Moldados na Infância.
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Um paradigma errado lesiona toda a vida. Qual é o preço de uma má educação, especificamente, na vida adulta de uma pessoa?
A educação oferecida pelos pais na infância: Enaltecendo o que é correto, dando um bom exemplo e, em passo paralelo, ajudando-os a extrair maturidade de circunstâncias frustrantes e desagradáveis, pouco a pouco moldam o caráter e os hábitos de um indivíduo.
Uma má instrução nessa fase de vida irá resultar em muitas lágrimas devido a incapacidade de administrar a própria existência, em casos extremos. Os paradigmas errados, a mentalidade de vida equivocada que levam a ações em desacordo com princípios, permanecem ocultos durante toda a convivência familiar da criança e do adolescente devido a falsa segurança e proteção que a condescendência ou negligência paternas proporcionam. Quando essa bolha se desfaz no fim da adolescência e os próprios pais, que antes contribuíram para os filhos desenvolverem fraquezas, agora cobram por maturidade, responsabilidade e resultados, todas essas fissuras de caráter (algumas verdadeiros abismos) vem à tona.
Há um exemplo claro disso na história de Paulo. Seus pais tiveram uma infância dolorosa. O pai teve uma vida de grande miséria sendo obrigado a trabalhar desde que se entendeu como pessoa além de receber maus-tratos de seu pai. Para se ter uma dimensão do sofrimento, ele não dispunha de roupas para vestir até os seis anos de idade. Ganhou sua primeira camisa de uma tia. Chegou a chorar no dia em que ela se rasgou.
A mãe teve uma experiência similar, perdeu o pai quando ainda era um bebê. Sua mãe (avó de Paulo), desesperada, começou a passar fome e não suportando as dificuldades a maltratava como desabafo. Chegou a quase lhe decepar um dos dedos num acesso de raiva e a entregá-la para ser criada por conhecidos.
Pois bem, os pais de Paulo se conheceram e se casaram. Emocionalmente o protegeram em excesso, não queriam que seus filho passasse pelos sofrimentos que eles mesmos passaram na infância. Paulo cresceu acostumado a não fazer qualquer esforço para amadurecer, era preciso apenas chorar um pouco para que lhe dessem o que desejava ou não insistissem que ele fizesse tal atividade.
Com isso ele foi se tornando frágil emocionalmente. Passou praticamente toda a puberdade em frente a TV . Nessa fase seus pais mudaram um pouco o foco e passaram a cobrá-lo pois era extremamente sedentário. Até o insultavam, mandando procurar trabalho.
Uma sucessão de derrotas e frustrações conduziram à formação de uma personalidade revoltado após 20 anos. Paulo agora não trabalhava, exibia muito pouca capacidade de amar e menos ainda interesse pela vida pois afirmava que ela "não passava de um bando de almas entregues ao nada".
Contudo, ele se dedicou a realizar exercícios físicos, estudar ativamente, ser um indivíduo mais forte emotivamente além de buscar por espiritualidade.
Nos últimos três anos já passou por gravíssimas crises incluindo um quadro depressivo de seis meses aos 18 anos, à desistência da faculdade de economia aos 23 seguida de uma profunda mágoa emocional no último relacionamento.
A história de Paulo ainda não está definida. Ao completar seus 26 anos em 2009 ele prossegue tentando adquirir a maturidade para ser capaz de finalmente possuir uma vida saudável.
O problema desse jovem, como de muitos, é a percepção errada da vida. Seus pais não lhe ensinaram a centrar sua vida em princípios, pouco podiam pois tiveram as suas próprias seriamente mutiladas. Várias dessas famílias têm situações precárias sendo que princípios como cooperação, comunicação, sinceridade, amor, disciplina e educação não são o mais valorizado.
Isso produz condutas baseadas na revolta e no egoismo criando indivíduos orgulhosos e ambiciosos procurando provar a si mesmos e ao mundo que têm valor, contrariando as pessoas e circunstâncias do passado que normalmente lhe afirmavam o contrário.
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