" A palavra impossível só existe no dicionário dos idiotas", costumava dizer o general e imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821). Vindo do sujeito que achou que conseguiria invadir e conquistar a Rússia com o inverno se aproximando e sem carregar muitos suprimentos, o aforismo deveria inspirar ao menos um pouquinho de cuidado. Portanto, caso a gente não queira cometer escorregadas de proporções napoleônicas, é bom tentar definir, afinal de contas, onde diabos fica esse limite.

    Para começar: sim é verdade que nos últimos séculos a curiosidade cientifíca da nossa espécie ajudou a diluir essas barreiras de tal forma que às vezes elas parecem ter sumido de vez. Dizem por aí que qualquer forma suficientemente avançada de tecnologia é indistinguível de magia, e decerto Pedro Álvares Cabral denunciaria boa parte da população do país que descobriu como bruxos se visse tanta gente falando ao celular com pessoas a quilômetros de distância. Se até a Idade Média a Lua e os planetas eram vistos como esferas imutáveis "presas" ao firmamento, os aparelhjos construídos pelo homem hoje visitam esses lugares e até abrem buracos neles. De fato, o impossível está encolhendo numa velocidade estonteante.

 E está encolhendo, simploesmente porque nós sabemos cada vez mais tirar partido das leis fundamentais que regem os seres vivos e o Universo. Tais leis lmuitas vezes vão contra o nosso senso comum, em geral porque elas funcionam em escalas de espaço ou de tempo que os nossos sentidos não conseguem perceber diretamente. Se algum dia conseguirmos nos teletransportar para o outro lado do mundo ou viver para sempre, não será porlque essas leis foram revogadas, mas porque, naturalmente, elas contêm cláusulas que podem ser exploradas por "advogados de defesa" espertinhos. Nesse caso, talvez seja necessário redefinir o impossível como o potencial latente des nosso Cosmos maluco e fascinante.

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