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Refletindo sobre a Situação Paradoxal apresentada pelos Novos Tempos
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Com certeza, em muitas ocasiões você tem parado para refletir sobre os grandes paradoxos que esse nosso tresloucado tempo histórico vem apresentando. Deve, portanto, ter percebido que quanto mais avançamos em tecnologia, mais irritadiços e pouco tolerantes nos tornamos com relação aos pensamentos e atitudes apresentados por aqueles com os quais convivemos. Embora esteja ocorrendo uma grandiosa evolução em tudo que se refere à engenharia civil, em contrapartida, nossos pontos de vistas têm evidenciado um estreitamento de idéias: levantamos edifícios de altura e arquitetura descomunal, viadutos e pontes que requerem uma construção bastante arrojada, mas, os "pavios individuais", contrariamente, estão se tornando cada vez mais curtos e os raciocínios vêm se mostrando sempre mais estreitos. Temos acesso a muitas coisas materiais, podemos efetuar maiores gastos, mas, nem sempre sabemos desfrutar devidamente do bem que foi tão desejado e arduamente conquistado. Há uma preocupação constante de estar sempre ascendendo socialmente, em residir em apartamentos ou casas que ofereçam mais espaço e segurança, no entanto, as famílias estejam optando pela redução drástica do número de filhos. A escolarização aumentou devido ao acesso de maior número de pessoas às escolas, inclusive o número das que freqüentam ambientes acadêmicos, mas, em contraponto, o que mais tem faltado é o uso do "bom senso", pois o ser humano não tem sabido fazer uso do conhecimento, de suas capacidades individuais e nem de seu poder de julgamento. Apesar de a medicina vir evoluindo espetacularmente, por outro lado, há um aumento assustador de pessoas que não conseguem receber o atendimento devido dos serviços básicos de saúde pública e, portanto, tais inovações nunca são oferecidas aos indivíduos pertencentes às classes sociais de baixo poder aquisitivo. Observa-se a evolução do grau de irritabilidade, que pode ser evidenciado especialmente nos grandes certos urbanos, ocasionado por diferentes circunstâncias, entre elas, a lentidão do trânsito, que faz com que as pessoas optem por permanecer mais tempo em casa, gastando grande parte de seu tempo destinado às atividades lúdicas, postado horas a fio em frente à televisão ou computador, atitude esta que faz com que o diálogo em família fique restrito apenas a problemas de ordem material. A paciência vem diminuindo e, com isso, nunca encontramos tempo para ouvir o que as pessoas querem nos dizer, mas, fazemos questão que sempre nos escutem atentamente quando falamos e, por falarmos demais e escutarmos pouco, costumamos interpretar de forma indevida o que os outros nos comunicam, gerando graves crises de relacionamento Constata-se, portanto que, se por um lado houve uma tendência e favorecimento para a prosperidade material, por outro, o ser humano não tem sabido desfrutar do que tem conquistado, já que isto não lhe traz a alegria, paz e felicidade, tão necessárias para o bem viver. Assim, o espaço interior vem diminuindo devido à mesquinhez, egoísmo, desconfiança do próximo e insegurança, ressaltando-se aqui a desenfreada crise de violência que hoje pode ser encontrada em todos os âmbitos sociais. É lamentável, mas, na maioria dos casos, o homem nem mais conhece os vizinhos que possui, pois, preocupa-se muito mais em analisar os comportamentos que estes apresentam, esquecendo-se de que, antes de tudo, precisa analisar, entender e conhecer a si mesmo. Tal forma de julgar precocemente só tem favorecido o aumento dos preconceitos e, com ele, a perda da qualidade dos relacionamentos. Há uma enorme preocupação em aumentar sempre os rendimentos, posses, pensamento este que faz parte do materialismo e do consumismo, impregnados simultaneamente na sociedade atual e que vem sendo responsável, em grande parte, pela grave crise de degradação moral e ausência da ética nos procedimentos humanos. Não há como negar que houve grande avanço quanto à quantidade de alimentos diferenciados que são consumidos, de eletrodomésticos que surgiram com o intuito de favorecer a diminuição do tempo gasto com a elaboração das refeições, mas, na verdade, o objetivo aí embutido relaciona-se com a perda da qualidade do que é ingerido, fato que pode ser constatado através do crescente aumento de obesos em nosso país, ocasionado especialmente pelo hábito de realizar refeições rápidas, para que não haja desperdício de tempo na vida cotidiana. Quanto à paz mundial, esta nunca foi tão almejada, mas, em contraponto, houve um aumento descomunal dos desentendimentos familiares, que tem influência direta no grande índice de divórcios, de doenças depressivas, insônia e alguns tipos de fobias que, até então, eram inexistentes. Diante de tudo que foi exposto, é importante deixar aqui registradas algumas sugestões para que, gradativamente, as pessoas possam ir desvendando e se desvinculando de tais paradoxos. Faz-se necessária a presença da contínua e efetiva reflexão sobre a questão do progresso material e do consumismo: eles têm realmente trazido a felicidade prometida quando se consegue adquirir determinado preconizado "sonho de consumo"? Essa ganância por ter mais posses e propriedades, tem melhorado a qualidade de vida do ser humano? Bem, o que mais se tem presenciado é que na atualidade, o homem é muito mais infeliz, mais solitário e, portanto, mais sujeito à depressão, à alienação e, portanto, mais se afasta do verdadeiro sentimento de felicidade. E o alerta que deve ser feito é que, se não mudarem esse modo egocêntrico de viver, não fazendo uso de suas reais potencialidades e capacidade de discernimento, se não retomarem suas reais identidades pessoais, certamente serão transformados apenas em mais um dado referente aos inúmeros gráficos estatísticos de evolução degenerativa apresentados constantemente pelos pesquisadores e alardeados pela mídia, especialmente a televisiva... nada mais, além disso...
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