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A Beleza e seus Sentidos
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Estudar a beleza no decorrer dos tempos tem se tornado uma obssessão para alguns, pois o homem por natureza sempre se interessou pela sua estética, pelas maquiagens, pela busca do corpo perfeito. Diante desta busca não deixou de reproduzí-la e transformá-la em arte. Esses valores ligados ao belo enquanto arte é materia também da Filosofia da Arte. Para Joana Pinheiro Gomes Áreas, em artigo A beleza e seus sentidos, afirma: ?Definir o que seja Estética é difícil porque não existe um consenso entre os teó¬ricos sobre o conceito. E não é raro vermos o termo empregado com diferentes sentidos na Filosofia. seu significado fragmentado. Ire¬mos, entretanto, caminhar aqui em busca de uma primeira defini¬ção do que seja estética. Ainda dentro do senso comum a palavra "estética" nos remete, in¬tuitivamente, a algo referente ao "belo". Os tratamentos oferecidos em centros estéticos, para retomar o mesmo exemplo, são para cuidar ou aperfeiçoar nossa beleza. De fa¬to, apesar de superficial, esse pri¬meiro palpite em torno do termo nos oferece um pontapé inicial pa¬ra nossa investigação. Desde a Grécia antiga o "belo" já era objeto de análise filosófica. Mas diferentemente de hoje o estudo do belo não se dirigia, naquela época, à beleza de um objeto artístico. Muito pelo contrário, o "belo" era entendi¬do de maneira mais ampla, abran¬gendo todo o "belo natural"?. Para os Gregos a arte seria a verdadeira poética humana. Autonôma, pessoal e imitação da realidade. Mas coube a Platão mdificar essa realação da Arte com o Belo, afastando-os em significações, pois o Belo seria muito superior a poética. Enquanto Aistóteles buscava um fim, pois para ele a arte era representada pela: <...> função da purificação (catarse). Com relação ao "belo", Aris¬tóteles observa sua ordem e sime¬tria, promovendo até mesmo clas-sificações dos géneros artísticos<...>. A autora explicita que nesse processo de evolução: ?A Idade Média foi marcada pelo empréstimo da filosofia platónica da Arte. Aristóteles foi retomado somen¬te a partir do Renascimento. A apro¬priação da teoria aristotélica visou, sobretudo, ao estabelecimento de re¬gras para a produção artística. O tea¬tro clássico francês determinou até a extensão que as peças deveriam pos¬suir. Contudo, a questão referente ao "belo" não havia se esgotado. Apesar de não conseguirmos definir precisa¬mente o que seja o "belo", existe um certo consenso sobre ele. Ninguém nega a beleza do Grand Canyon ou do Himalaia, por exemplo. O estudo (em 1750) sobre as sensações de Alexander Gottlieb Baumgarten almejou, justamente, analisar o que nos provoca tais sensações, denominando essa área de investigação de "estética". Essa foi a primeira vez que a palavra "es¬tética" foi empregada. Baumgarten pretendeu com essa análise fundar uma ciência da sensibilidade. Hume retomou essa investiga¬ção introduzindo a questão do gos¬to. A partir de então o gosto passou a ser compreendido como um res¬ponsável por discernir a beleza, dentro e fora de um objeto artísti¬co. Mas foi com Immanuel Kant que a questão das sensações e do gosto foi amplamente desenvolvi¬da. Apesar de não concordar com o emprego do termo "estética" de Baumgarten, Kant o utiliza para es¬tabelecer o seu famoso juízo estéti¬co. Os juízos estéticos se formam do prazer resultante do jogo livre entre a imaginação e a intuição.? A autora não se limita em seu artigo a essas visões da arte, vai buscar a visão Kantiana que a verdadeira arte está dentro do sujeito não nos objetos, mas com fim em si mesmo. Assim surgiram filosófos como Baumgarten, Scheling, Hegel compelindo-a para ser estudada dentro da arte. ?Observa-se que o belo em Kant não está no objeto, mas no próprio sujeito, É o sujeito que por meio da sua sensibilidade forma juízos, até mesmo sobre o belo. Não há finali¬dade no belo, como em Aristóteles, uma vez que em Kant o belo existe como fim em si mesmo. Com sua obra Crítica do Juízo, a estética co-meçou a se configurar como discipli¬na filosófica e, desde então, passou a ser tratada com maior seriedade. Após Kant, várias escolas passa¬ram a pensar o estudo sobre o belo de maneira atrelada ao estudo da Arte, deixando de lado a investiga¬ção acerca do "belo natural". Gradativamente, o sentido dado por Baumgarten, referente às sensações, foi se apagando. Mais recentemente no século 19, alguns filósofos, como Hegel e Schelling, sugeriram uma estética que analisasse o belo so¬mente dentro da obra de arte, ex¬cluindo de uma vez o belo natural. A partir de então, emerge a noção de Estética como Filosofia da Arte.? Assim, Estética dentro da Filosofia, apresenta essas variedades de sentido e não é mais simplesmente ?esco¬las filosóficas?. Mas é a visão da Filosofia da Art, que segundo a autora seria: ?<...>qual¬quer investigação, análise, reflexão ou estudo acerca da Arte e do belo é hoje denominado Estética. Além disso, a palavra "estética" não está mais restrita ao âmbito da Fi¬losofia. Hoje em dia, é cada vez mais notória a sua utilização no senso comum. Basta sair na rua para observar os inúmeros centrosestéticos espalhados pela cidade<...>?
ARÉAS, Joana Gomes, A Beleza e seus sentidos, Revista Discutindo Filosofia, Ano I, n°4 ? Escala Educacional, 2003, p.52,53
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