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Agostinho e sua teoria da iluminação divina


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A posição agostiniana está caracterizada na frase : «Entendas e creias. Creias e entendas» (Serm. 43,7). Segundo ele, primeiro a inteligência prepara para a fé, depois a fé dirige e ilumina a inteligência. Finalmente a fé, iluminada pela inteligência, conduz ao amor. Desta forma vai do entendimento para a fé e da fé para o entendimento e de ambos para o amor.


Para Agostinho, a razão é auxilio poderoso para encontrar, nas criaturas, semelhanças que esclareçam e façam inteligível o conteudo da fé. Mas a razão tem um limite, não servindo para explicar todos os mistérios. Agostinho não se contenta com a fé, mas quer chegar à inteligência da mesma. Por outro lado, segundo ele, a fé ajuda a entender. Reconhecendo os limites da razão humana, manifesta na diversidade de opiniões dos filósofos, conclui a necessidade da revelação e da fé. Parte da fé para chegar à inteligência.


É possivel ao ser humano alcançar um conhecimento espiritual partindo da percepção sensível e por meio de sua propria atividade interior. Trata-se aqui dos conceitos universais. Contudo, os princípios supremos de um tal conhecimento geral, obtido pela percepção sensível, somente podem ser compreendidos por meio da iluminação divina. A alma do homem se encontra na linha do horizonte de dois mundos; no limite do mundo sensível e espiritual. Ainda que a imediata relação da alma com Deus tenha sido rompida pelo pecado original, ela não foi, no entanto, totalmente anulada. Pelo pecado, a alma caiu da altura de sua luminosidade e de sua pureza originária. Mas, ainda assim, ela manteve o horizonte divino : entre o mundo espiritual e o sensível. Contudo, devido à sua situação após a queda, a alma somente pode ascender ao mundo espiritual com o auxílio da ação ou graça divina. Ainda que Deus permaneça na alma humana, mesmo após ela haver cometido o pecado original.


É pois em virtude da iluminação e irradiação divina que a alma humana conhece os axiomas da verdade e da moralidade. O conhecimento dos princípios, a iluminação profética, a revelação, as visões do místico e os fenômenos patológicos se apoiam na direta ação de Deus. Contudo, a verdade suprema, ela mesma, não pode ser vista pelos débeis olhos humanos; ela deve ser encarada indiretamente e nas coisas sobre as quais tais olhos se dirigem.




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