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O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE MICHEL SERRES
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O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE MICHEL SERRES A vida joga os dados e embaralha as cartas Michel Serres Michel Serres é um filósofo francês, nascido em 1930 em Agen, Sul da França. Iniciou sua formação superior na Escola Naval em 1947, a qual abandonou em 1949, segundo ele próprio, devido em grande parte à leitura do livro A gravidade e a graça, de Simone Weil, para ele; ?a primeira filósofa que falou da violência em todas as suas dimensões: antropológica, política, religiosa e mesmo científica.? Diz o filósofo que; abandonou a Escola Naval, porque não queria ?servir a canhões e torpedos?. Serres ingressou, posteriormente, na Escola Normal Superior de Paris, licenciando-se em 1952 em Matemática, Letras Clássicas e Filosofia. Esse trânsito das ?ciências duras? para as humanidades teve influência decisiva na formação do seu pensamento. Boa parte da sua trajetória intelectual pode ser explicada por fazer parte de uma geração que cresceu sob os estrondos dos canhões e assistindo a algumas das maiores atrocidades do século xx: da guerra da Espanha (aos 6 anos) às guerras coloniais da Argélia e da Indochina (aos 25 anos), passando pela IIª grande Guerra Mundial e Hiroshima (dos 9 aos 14 anos). Portanto, como ele mesmo define, pertence a uma geração que ?se forma carnalmente nesse ambiente atroz e se mantém, desde então, afastado de toda política: o poder continua a significar para ela apenas cadáveres e suplícios?. Todo esse ambiente contribuiu para que Serres tomasse como principal problema para desenvolver o essencial do seu trabalho filosófico a questão da violência, que segundo ele, manifesta-se através dos mais diversos meios e ações. Filósofo independente, Serres não pode ser classificado nem situado em qualquer escola, grupo ou seita de pensamento e pressão. Como ele próprio o definiu: ?Sem se dar conta, o saber se aplica a um ofício arriscado, para nós eruditos e para os outros, um perigo que só descobrimos nos momentos de tensão ou de crise. Filósofo universitário francês de pós-guerra, sobrevivi com dificuldade a dez terrores diferentes, infligidos por teóricos servos de ideologias políticas ou acadêmicas. <...> Assim, por higiene de vida e de espírito, tive que imaginar, para meu uso pessoal, algumas regras de moral ou de deontologia: Depois de um exame atento, não adotar nenhuma idéia que contenha, comprovadamente, qualquer traço de vingança <...>; Jamais lançar-me na polêmica; Evitar qualquer pertinência: fugir não só de todos os grupos de pressão, mas também de qualquer disciplina científica definida, de um campus local e erudito na batalha global e societária ou de um entricheiramento setorial dentro do debate científico Nem mestre, portanto, nem, sobretudo, discípulo?. Essa filosofia de vida de Serres tem como objetivo evitar os lugares especulativos dos jogos de poder garantidos pela força e a continuação da barbárie por outros diferentes meios e ?a golpes de prolongamentos racionais? Serres constrói suas reflexões imanentes à própria vida, com credenciais de quem presenciou a maior ameaça já feita à vida: as bombas de Hirochima e Nagasaki. Para o filósofo, desde Hirochima e Nagasaki, o desenvolvimento científico e tecnológico fez emergir a necessidade de um novo olhar para as questões científicas e um debate mais acurado sobre as possibilidades da ciência passou a ser necessário.
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