A matemática é importante no sistema cartesiano porque é onde aparece a dedução e a intuição e é por isso que a razão na sua essência é Matemática. A dedução enquanto processo racional implica um esforço da razão para produzir conhecimento a partir de princípios; axiomas; postulados. Ou seja a dedução gera um processo discursivo. Obriga-nos a estabelecermos um discurso. Mas esse discurso que é evidente e intuitivo na sua estrutura só o é se tivermos fixado pela memória os princípios lógicos. A intuição é por conseguinte um acto mais puro, essencial da razão. De qualquer modo a razão quando produz conhecimento fá-lo Intuitivamente e dedutivamente. De onde o verdadeiro método da ciência, porque racional, é a dedução e a intuição que aparecem na matemática como eu já frisei logo no começo deste texto. Sendo a capacidade de produzir relações na matemática infinita, e todos elas intuitivas e verdadeiras, a matemática surge como grande instrumento da compreensão, interpretação e transformação do universo. Há conhecimento fornecido pela matemática acerca do universo que é verdadeiro e nunca poderá ser experimentado. Ou seja o conhecimento da matemática pura, e enquanto conhecimento aplicado, a matemática controla a técnica, instrumento da transformação do universo. Assim pode-se dizer que a partir de Descartes o homem dispõe de duas grandes visões do cosmos e do homem: A visão matemática e a experimental.