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Fenomenologia do Espírito
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O autor deste tratado filosófico se propõe a tarefa de elevar a filosofia ao nível da ciência, pois assim, segundo ele, o saber filosófico por ele interpretado como um saber sobre o absoluto estaria atualizado de acordo com o espírito do tempo (Zeitgeist) moderno, que possui o seu coroamento no conhecimento científico. Assim, ele afirma que a filosofia deve ser um desenvolvimento dialético das formas de consciência, tendo como fim um sistema capaz de explicar tudo, que é o que ele imagina ser o saber científico, e por isso este livro seria a base de um sistema filosófico, batizado de "sistema de ciência". Ao explicar o seu objetivo e a sua concepção, Hegel ataca, de um lado, o formalismo do sistema filosófico de Kant, e do outro, a filosofia do Romantismo, que ele chama de "noite em que todas as vacas são pardas". Hegel afirma incorporar em seu próprio pensamento toda a diversidade de sistemas filosóficos da história através da reconciliação das divergências entre as várias filosofias anteriores por meio do próprio sistema hegeliano, que seria o resultado do progresso de toda a história das idéias. A Fenomenologia do Espírito, base do sistema, seria um tipo de "ciência da experiência da consciência", ou seja, uma descrição histórico- racional da experiência que a consciência faz de si mesmo em sua relação com o mundo no caminho do seu desenvolvimento dialético. Neste, ela ultrapassaria vários estágios, cada um sendo mais racional que o anterior, e cada transição sendo determinada pelas contradições interna de cada estágio, até a reconciliação plena consigo mesma. O início é a consciência puramente empírica, o espaço-tempo sensorial sem- conceito, e a partir de então progrediria para estágios cada vez mais abstratos, no qual a busca de propriedades, leis naturais, conceitos e consciência-de-si levariam o pensamento ao maior grau de abstração, até que um outro momento de transição provocasse o salto para formas de consciência como interação com o mundo da natureza e dos homens, e a relação passaria a ser de um Eu com o Outro, no trabalho, na linguagem, na pesquisa científica, etc. Surge o famoso exemplo do devir- escravo, no qual o senhor e o escravo só são em sua relação mútua, e a consciência ética é identificada com a consciência popular e comunitária. O Espírito universal, identificado à Idéia platônica, à razão e à liberdade, vai se desenvolvendo racionalmente enquanto conceito e se realizando "materialismente" enquanto prática e vida, manifestando-se na forma mundana do Estado, que é encarado como Hegel como uma consciência e força coletivas, na forma da filosofia, que é o saber especulativo e racional sobre a própria Razão e sobre Deus (que para Hegel não é o Deus cristão, mas sim uma razão universal, como para Spinoza, e muitos se perguntam se Hegel não era panteísta).
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