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Lógica do Sentido
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A FILOSOFIA DO SÉCULO XXI
Jorge Macêdo Costa
Por ser o primórdio de todo o conhecimento cientifico que se tem hoje, a filosofia evidentemente é elemento crucial no conhecimento da realidade, e, no entanto parece-me que ela há de transformar-se numa fênix, ou melhor, num camaleão de si própria, para sobreviver ao advento da alta tecnologia, sobretudo, a informática. Não é uma questão de dizer que já foi pensado tudo o que havia para ser pensado, pelo contrário, é pensar uma realidade inimaginável para todos os grandes pensadores do passado, isto é, dentro de uma realidade informatizada, ruborizada, atomizada; rebatendo o dito pela mídia e pelos chefões do capitalismo, e principalmente saber como formular esses pensamentos, ao passo que é impossível pensar hoje da mesma forma como pensavam os antigos gregos, por exemplo; nos nossos dias de maneira geral, os pensamentos filosóficos não exercem quase influência alguma na vida das pessoas, (refiro-me a filosofia feita nos dias de hoje)e num passo contrário há outra ?pensadora? que influencia quase em tudo: a mídia enquanto industria cultural. Gilles Deleuze faz uma pequena abordagem dessa realidade, quando compara a literatura com as produções musical, chamada por Adorno de música ligeira*. Nesse sentido elas entram num jogo de mercado, visionando quase que somente o lucro, e perde sua essência que seria mais voltada para o aspecto social. Se o primeiro grande problema da filosofia moderna, foi quando se introduziu o cristianismo em seus conceitos**, o segundo se inicia com a consolidação da força social que é imposta pela mídia. Deleuze remete a esse Pensamento, quando fala do momento difícil que atravessa a filosofia quanto aos novos pensamentos. Isso estaria acontecendo por falta de intercessores ou por excesso deles? Com certeza pelos dois. Quando se tem em mente que a mídia ou os escritores do capitalismo agem como intercessores, na verdade não dá pra se saber se os são ou não. Essas pessoas trabalham expondo sempre as mesmas idéias, e o novo nunca aparece. Como interceder fazendo as pessoas pensarem sempre a mesma coisa? Como estabelecer verdades em pensamentos que são sempre os mesmos? Isso pode perfeitamente ser aplicado na filosofia . Com a frase ?o filosofo é criador, ele não é reflexivo?, Deleuze resume o que é ser filosofo: ?um criador de conceitos?. Porém a filosofia parou de produzir movimentos; o pensamento, que é o abstrato e os conceitos que são a elaboração desses pensamentos na forma concreta, suas destinações e aplicações, que constitui os movimentos filosóficos, deixaram de existir no âmbito da realidade atual. E o que fazer? Haveria em primeiro lugar de ser deixado pra trás o já pensado e pensar sob uma nova concepção. Hoje parece ser muito conveniente fazer história da filosofia, talvez por ser a única opção de alguns filósofos ou que pelo menos se dizem. Porém reside aí outro grande problema, em fazer história da filosofia simplesmente reproduzindo o já dito; muito melhor seria adaptar os conceitos às realidades atuais, não necessariamente reelaborando-os (e nem poderia), mas fazer um equivalente dessas realidades e seus respectivos conceitos, como se aplicavam às suas contemporaneidades. Em Deleuze, o filósofo é necessariamente um estilista, um inventor de conceitos, e ninguém é melhor do que a filosofia pra fazer isso. Seu pensamento é em relativamente novo, contudo diria que ele não poderia mais pensar assim hoje, não diante de uma realidade absolutamente imprevisível, onde a cada dia até mesmo a mais avançada tecnologia está atrasada. A filosofia em sua essência, nas novas gerações, está perdendo o espaço que é seu de direito, todavia não é uma questão de dizer que ?informática?, a ?comunicação? e a ?promoção comercial?, estão se apropriando dos termos ?conceito? e ?criativo?, como se os estivesse roubando, mas muito mais de admitir que a própria evolução humana exige essas adaptações de conceitos. Obviamente que filosofia não se constitui somente enquanto ciência ou disciplina. Muito mais que isso, ela é parte integrante do ser e da realidade. Se entendendo assim, pode-se dizer, por exemplo, que linha editorial de um jornal ou modo de pensar de uma pessoa, são as suas filosofias. Assim ela é ainda a grande criadora de conceitos, mas entra num novo estágio e passa a existir duas filosofias: a dos livros de história e a que se resume a ser o ?pensamento de?. Logicamente que para Deleuze não é assim. ?Nunca me preocupei com uma(...)morte da filosofia. A filosofia tem uma função que permanece perfeitamente atual, criar conceitos?, porém a discussão que eu quero estabelecer, é como ela vai permanecer criando conceitos. A filosofia na sua essência vai sobreviver à globalização? * O fetichismo à música ligeira e a regressão na audição **Marilena Chauí ? Convite à filosofia- p 124
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