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Ressonâncias do Natal
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Ressonâncias do Natal Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais. Não havia outro lugar que O pudesse receber. O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer. Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos. Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma. Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em mais de dois mil anos... Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real. O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências. E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas. Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade. Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis. Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente. Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram. Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no globo terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou. ...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores. Jesus, porém, foi diferente. Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos. Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia. Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que são relegadas ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram a fragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruínam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa. Lembrando-te dEle, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes dEle. Pois ele, como prometera outrora em tempos idos e remotos disse que jamais abandonaria a criatura humana e com infinita paciência espera de braços abertos até hoje...
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