|
|
Página Principal : Filosofia
Carta sobre a Tolerância (II Parte)
Publicidade
tolerância> Ambas as instituições possuem deveres de tolerância que visam libertar os homens do domínio uns dos outros. Em primeiro lugar, nenhuma Igreja é obrigada a tolerar um membro que ofende as leis da sua sociedade, podendo proceder à excomunhão ? essa excomunhão, contudo, não pode usar de violência nem prejudicar a pessoa excomungada nos seus bens civis (o pão e o vinho só podem ser negados ao excomungado se não tiverem sido pagos por este, por exemplo). Em segundo lugar, nenhuma pessoa privada pode prejudicar outra nos seus direitos civis por aquela pertencer a outra Igreja (quem se afasta do certo caminho prejudica-se já a si mesmo e só Deus o pode julgar), nenhuma Igreja privada pode prejudicar outra nos seus bens civis pois não tem poderes a esse nível (nem mesmo a presença de um membro com poderes extra-religiosos os confere à Igreja; ninguém pode conceder poder civil à Igreja; todas as Igrejas são ortodoxas para si mesmas e heréticas para as outras; mesmo que não fossem, não se poderiam prejudicar temporalmente). Em terceiro lugar, os eclesiásticos que, tendo poder única e exclusivamente dentro da Igreja sem se poderem imiscuir nos assuntos civis (violência, rapina, perseguição), devem cumprir a missão do Evangelho da Paz, ensinando os deveres de paz, boa vontade, caridade, mansidão e tolerância, combatendo os erros humanos sem fanatismos e sem recurso aos poderes temporais. Em quarto lugar, o Estado tem o seu poder limitado pela consciência e liberdade do juízo individual, uma vez que a salvação é de responsabilidade individual. O caminho da salvação é estritamente pessoal e, uma vez que o conhecimento e as certezas são relativas, o dogmatismo, fanatismo e a imposição de crença devem ser preteridos a favor da dúvida metódica e da meditação. O Estado deve assim tolerar a consciência individual e as Igrejas, afastando-se da sua actuação (o Magistrado não deve escolher a Igreja para o seu Estado) e afastando-a da sua actuação (a corte não deve influenciar a Igreja, como em Inglaterra, por exemplo).
Veja mais em: Filosofia
Artigos Relacionados
- Carta Sobre A Tolerância (i Parte)
- Carta Sobre A Tolerância - Parte Ii
- Carta Sobre A Tolerância (iii Parte)
- Sexo E Poder Na Igreja
- Como Matar Uma Igreja!
- Sou Celibatário, Sim, E Daí?
- Defensor Menor
|
|
|
| |