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Comunicação na Cibercultura


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A presente coletânea reúne textos de professores e pesquisadores dos cursos de Pós-graduação em comunicação de diferentes Universidades brasileiras. O livro está dividido em três linhas de investigação : a primeira parte discute questões fundamentais para a construção da teoria da comunicação na sociedade contemporânea; a segunda parte convida o leitor a uma reflexão sobre as implicações e ressonâncias da comunicação mediada por computador, interface homem-máquina e seus efeitos na conformação da sociedade; e a terceira parte articula as transformações e hibridizações do corpo com o advento das tecnologias digitais.
Na primeira parte, encontramos textos de Dinorá F. da Silva e Juremir Machado . Aqui, o leitor irá encontrar conceitos centrais do pensamento de Edgar Morin, autor que Dinorá utiliza como lastro para suas argumentações, propondo um re-pensar sobre processos cognitivos e semióticos produzidos a partir das experiências inauguradoras como o ciberespaço e das novas formas de narrativas, envolvendo o que R. Barthes chamou de ideal de textualidade.
A seu tempo, o professor Juremir convida-nos a discussão sobre a relação entre o funcionalismo inconsciente que predomina na prática jornalística e o que ele chama de pessimismo hipodérmico da crítica militante de esquerda.
Na segunda parte do livro os autores propõem uma densa reflexão sobre os desdobramentos socioculturais desses novos processos midiáticos, compreendendo os atos comunicacionais como atos tecnologicamente mediados e, ao mesmo tempo, como novos mediadores de processos de sociabilidade, subjetivação e processos cognitivos.
No texto do professor André Lemos o leitor vai se deleitar com a metáfora do Flanneur - personagem urbano celebrado por C. Baudelaire - utilizada pelo autor para falar sobre a navegação no ciberespaço, suas possibilidades de tecer novos e complexos fazeres e caminhos. Nas palavras do autor ? o flanneur inventa a cidade sobre a cidade e suas infra-estruturas.? Para o autor, da flânerie do poeta urbano à ciberflânerie eletrônica não há muita distância. Vagar pela cidade, clicar em sites na Internet, é assim ?escrever lendo, é deixar marcas a partir de mapas dados, é imprimir nosso traço no espaço maleável do cotidiano.?
No artigo seguinte, o professor Eugênio Trivinho discute os processos de reescalonamento das formas de articulação, modulação e reprodução midiática da sociedade contemporânea. Seguindo esse fio condutor, o leitor vai encontrar nas palavras da professora Suely Fragoso uma discussão extremamente oportuna acerca das práticas de representação espacial na modelagem digital e no ciberespaço, assinalando sua compreensão sobre os processos midiáticos enquanto constructos socioculturais e, como tal, produzidos a partir de um conjunto de crenças paradigmáticos e representativos de sociedades e culturas.
Nas palavras do Professor Alex Primo , trata-se hoje de reconceitualizar expressões tão largamente utilizadas na literatura contemporânea, para o que o autor se propõe a analisar a problemática da interatividade, recolocando a discussão de forma substantiva e não adjetivada. Para Primo, ?as palavras interatividade e interativo têm sido usadas de forma muito elástica e imprecisa, além de servirem como slogan de venda para os mais diversos produtos industrializados.?
Chega-se à terceira parte do livro ! Daqui em diante, o leitor-navegador desse hipertexto impresso fará uma viagem pelos múltiplos corpos satélites que os autores nos apresentam, investigando, discutindo, analisando esse fenômeno da sociedade digital-tecnológica que é a transformação/hibridização do corpo biológico em corpo(s) psicológico(s), como parte de uma grande mudança social que, no entender dos autores nada mais é do que a passagem do corpo do homem moderno para o pós-humano.
Desse modo, o artigo da professora Ieda Tucherman (re)coloca o lugar do corpo e sua reinvenção na cultura contemporânea, pondo de um lado a biociência, a engenharia genética, a nova neurologia e, de outro lado, numa divisão muito menos estanque do que parece crer, a autora posiciona aspectos e autores da arte contemporânea, especialmente aquela que têm centrado sua atenção nas relações do corpo com as tecnologias interativas.
Nesse mesmo percurso teórico, o professor Edvaldo Couto discute a simbiose homem-máquina promovida pela aproximação do homem e da técnica. Fundamentalmente, o que está em jogo é muito mais uma superação, uma hiperação corporal. O que se busca é ?o corpo forte, belo, jovem, veloz, preciso e não a aparência robotizada, muito explorada na literatura e no cinema de ficção-científica.? Estaria o corpo, no contexto da aventura tecnológica - reduzido a uma matriz de mensagens que circulam em sua imaterialidade ? perto do seu fim ? Para o autor, ?o fim não é a morte ou o desaparecimento, mas a dispersão? .
Encerrando a jornada, a Professora Fernanda Bruno busca explicitar como as noções de interface e mediação podem contribuir para a apreensão do estatuto da tecnologia na cultura contemporânea e suas implicações no modo como os indivíduos lidam com o mundo, com seu corpo e com a (i)materialidade dos fluxos e nexos que regem o mundo atual.
Por fim, tenho a certeza de que o leitor não passará incólume pela leitura desse livro do mesmo modo que o flanneur ao vagar pela cidade.


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