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O ESPIRITISMO MATOU A MORTE!


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O ESPIRITISMO MATOU A MORTE!
Quem é que, nas horas de silêncio e recolhimento, nunca interrogou à natureza e ao seu próprio coração, perguntando-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do universo? Onde está aquele que jamais procurou conhecer seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?
Não seria um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses tremendos problemas. A dificuldade de os resolver, a incoerência e a multiplicidade das teorias que têm sido feitas, as deploráveis conseqüências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, os têm relegado: À indiferença e ao ceticismo. Portanto, o homem tem necessidade do saber, da luz que esclareça, da esperança que console, da certeza que o guie e sustente. Mas tem também os meios para conhecer, a possibilidade de ver a verdade se destacar das trevas e o inundar de sua benfazeja luz. Para isso, deve se desligar dos sistemas preconcebidos, descer ao fundo de si mesmo, ouvir a voz interior que nos fala a todos, e que os sofismas não podem enganar: a voz da razão, a voz da consciência. Jamais a necessidade de luz fez-se sentir de maneira mais imperiosa. Uma imensa transformação se opera no seio das sociedades. Após haver sido submetido, durante uma longa seqüência de séculos, aos princípios da autoridade, o homem aspira cada vez mais a libertar-se de todo entrave e a dirigir a si próprio. Ao mesmo tempo em que as instituições políticas e sociais se modificam, as crenças religiosas e a fé nos dogmas se tornam enfraquecidas. É ainda uma das conseqüências da liberdade em sua aplicação às coisas do pensamento e da consciência. A liberdade, em todos os domínios, tende a substituir a coação e o autoritarismo e a guiar as nações para horizontes novos. O direito de alguns se torna o direito de todos; mas, para que esse direito soberano esteja conforme com a justiça e traga seus frutos, é preciso que o conhecimento das leis morais venha regulamentar seu exercício. Para que a liberdade seja fecunda, para que ofereça às ações humanas uma base certa e durável, deve ser complementada pela luz, pela sabedoria e pela verdade. A liberdade, para os homens ignorantes e viciosos, não seria como uma arma possante nas mãos da criança? A arma, nesse caso, freqüentemente se volta contra aquele que a porta e o fere. O que importa ao homem saber, acima de tudo, é: o que ele é, de onde vem, para onde vai, qual o seu destino.
As idéias que fazemos do universo e de suas leis, da função que cada um deve exercer sobre este vasto teatro, são de uma importância capital. Por elas dirigimos nossos atos. Consultando-as, estabelecemos um objetivo em nossas vidas e para ele caminhamos. Nisso está a base, o que verdadeiramente motiva toda civilização. Tão superficial é seu ideal, quanto superficial é o homem. Para as coletividades, como para o indivíduo, é a concepção do mundo e da vida que determina os deveres, fixa o caminho a seguir e as resoluções a adotar. Mas, como dissemos, a dificuldade em resolver esses problemas, muito freqüentemente, nos faz rejeitá-los. A opinião da grande maioria é vacilante e indecisa, seus atos e caracteres disso sofrem a conseqüência.
É o mal da época, a causa da perturbação à qual se mantém presa.
Tem-se o instinto do progresso, pode-se caminhar, mas, para chegar aonde? É nisto que não se pensa o bastante. O homem, ignorante de seus destinos, é semelhante a um viajante que percorre maquinalmente um caminho sem conhecer o ponto de partida nem o de chegada, sem saber porque viaja e que, por conseguinte, está sempre disposto a parar ao menor obstáculo, perdendo tempo e descuidando-se do objetivo a atingir. A insuficiência e obscuridade das doutrinas religiosas e os abusos que têm engendrado, lançam numerosos espíritos ao materialismo. Crê-se, voluntariamente, que tudo acaba com a morte, que o homem não tem outro destino senão o de se esvanecer no nada. Demonstraremos a seguir como esta maneira de ver está em oposição flagrante à experiência e à razão. Se a vida estivesse circunscrita ao período que vai do berço à tumba, se as perspectivas da imortalidade não viessem esclarecer sua existência, o homem não teria outra lei senão a de seus instintos, apetites e gozos.
Pouco importaria que amasse o bem e a eqüidade. Se não faz senão aparecer e desaparecer nesse mundo, se traz consigo o esquecimento de suas esperanças e afeições sofreriam tanto mais quanto mais puras e mais elevadas fossem suas aspirações; amando a justiça, soldado do direito, acreditar-se-ia condenado a quase nunca ver sua realização; apaixonado pelo progresso, sensível aos males de seus semelhantes, imaginaria que se extinguiria antes de ver triunfarem seus princípios. Francisco Amado Editor do site de busca de Porto Alegre http://www.jconexao.com.br (Fonte: e-book_ O Porquê da Vida?_Leon Denis)


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