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Quando Nietzsche chorou
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Recomendo este maravilhoso romance a todos os que gostam de filosofia. O autor afirma que os homens que desejam a paz e a felicidade têm de acreditar, abraçar a fé, ao passo que aqueles que perseguem a verdade devem renunciar à paz de espírito e devotar sua vida à investigação. Os que desejam a verdade devem estar vigilantes, pois mataram os deuses e podem incorrer no erro de deusificar professores, artistas, mulheres belas. É, aliás, a obsessão por belas mulheres o pretexto utilizado pelo autor para colocar frente a frente dois formidáveis pensadores que jamais se encontraram na vida real: o filósofo e o precursor da psicanálise, o médico Breuler. No dizer de Jung, a psicanálise foi a religião de Freud, judeu que considerava ateu. Contrapondo a psicanálise à filosofia clínica, o autor demonstra as enriquecedoras possibilidades destas formas de ?terapia pela conversa? ? inexistentes na época, ambas foram exploradas no livro por Breuler e Nietzsche. Enfatiza-se o fato de que somos responsáveis por nossas escolhas e de fato escolhemos quanta verdade conseguimos suportar. Na opinião de Nietzsche, a amizade consiste em duas pessoas se unirem em busca de uma verdade elevada. Só teme a morte aquele que lamenta não ter vivido, covarde demais para contestar padrões culturais e regras sociais que aprisionam as pessoas. Prenhe de ?Assim falava Zaratustra?, Nietzsche se pergunta como pode o dever preceder o amor e a liberdade incondicional. Afirma que o primeiro dever de cada homem é consigo próprio, e que, se o indivíduo não se realizou, usará o dever como desculpa para utilizar os outros em prol de seu engrandecimento pessoal. Implacável em suas críticas aos covardes, Nietzsche viveu em solidão, revelando uma incrível capacidade de florescer em qualquer reconhecimento por parte dos colegas. ?Escrevo para a posteridade?, afirmava, acrescentando corajosamente que é mais fácil enfrentar a má reputação que a má companhia. Um livro que levanta questões desafiadoras. Vale a pena conferir.
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