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A Justiça de Deus feita ao Homem
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Uma circunstância constante me fez refletir toda a minha infância e adolescência e me levou a crê que algo estava errado na existência. Porque tanto sofrimento? As pessoas sofrem, são privadas de coisas aparentemente fáceis de serem conquistadas. Sempre que refletia sobre essa questão, me vinha a conclusão de que isso era injusto.
Nos momentos de profundo sofrimento, surge a conclusão de que no fundo todo ser humano está procurando ser feliz em sua vida, ele pode não ter a sabedoria, o conhecimento ou a força interior para ser e fazer aquilo que supostamente lhe permitiria adquirir felicidade contudo, ele tenta.
Mas continuava o problema, muito repetidamente colhi estagnação, sofrimento e frustração. Porque? Isso sempre me levou a supor que o conceito disseminado pelo mundo da existência de Deus, de sua fidelidade, amor, bondade e misericórdia direcionada a humanidade não ia muito além de ser uma fábula criada pela imaginação humana para aliviar as angústias da existência e que, de fato, a vida era, por padrão, dolorosa. A própria humanidade passou a ser percebida como algo sem valor pois, somente algo de pouco ou nenhum valor é alvo de rejeição, abandono enfim, sofrimento e desprezo de forma marcante.
Deus, caso existisse, não seria justo já que, especialmente em momentos realmente críticos da vida e independente da abundância material ou intelectual do homem, creio que surge o sentimento forte de reivindicação por justiça, surge a humildade humana. Só não havia a resposta. Vinham perguntas talvez ingênuas mas que acredito que todo homem faz ou já fez, não importa o quanto ele se julga maduro: Porque Deus não faz justiça? Porque não reverte a situação? Porque não supre as necessidades? Existe o julgamento de Deus? Deus existe de fato?
O coração continuava esperançoso de encontrar algo, ainda acreditava em Deus. Havia na mente a suposição de que Ele atua socorrendo a vida humana, notoriamente alvo de forças maiores que a própria força de vontade porém, não sabia o como. Cheguei a formular a hipótese de que Deus devia atuar de um modo particular, pré-configurado mas ainda não descoberto por mim. Qual? Onde encontraria uma resposta substancial? Que de fato produzisse mudança? Resultados benéficos mensuráveis?
Até o momento, encontrei no Evangelho. Ele se revelou como sendo a justiça de Deus manifestada a humanidade contendo o ensinamento necessário para se alcançar essa justiça (repetindo o termo para enfatizar). Um dos livros bíblicos referentes ao evangelho expõe que ele é a justiça Divina manifestada ao homem que se adquire por meio da fé e credibilidade tanto nos ensinamentos de Jesus Cristo quanto em seus feitos.
Talvez essas ideias sejam lidas com descrédito, parecem por demais influenciadas pelas emoções mas, sem grande respaldo lógico ou científico. Talvez superficiais, religiosas. De fato, são as pessoas que procuram por tais suposições que lhes darão maior atenção.
Uma das ideia marcantes que surge ao ler os quatro evangelhos que narram os feitos e ensinamentos de Cristo (Mateus, Marcos, Lucas e João) assim como os demais documentos do Novo Testamento Bíblico, indica, como já mencionei, que o homem é alvo de forças invisíveis maiores provocando todo e qualquer tipo de sofrimento. Mas, Deus fez uma obra particular dando a humanidade a arma suficientemente poderosa para vencer esse sofrimento.
A conclusão sobre onde está a justiça de Deus, feita àquele na dor seja este físico, emocional, mental ou existencial, parecia se nutrir das informações desses escritos. A fidelidade ao evangelho representa a arma que modifica o homem de dentro para fora quando ele acredita, embora esses escritos desafiem nossas próprias percepções sobre a vida.
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