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Como foi fundada a Biblioteca de Alexandria
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"Quantos livros temos agora Demétrio?" Era uma pergunta que Ptolomeu I, faraó do Egipto, fazia requentemente e que, como Demétrio sabia, seria seguida por uma outra, fosse qual fosse a resposta: "E isso são todos os livros do Mundo?" "Não meu senhor." "Mas temos de os ter todos, todos!" Antigo general de Alexandre, o Grande, e seu guarda-costas pessoal, Ptolomeu tomou o poder no Egipto depois da sua morte em 323a.C.. Além de grande chefe militar do Mundo e governante de um reino poderoso, Ptolomeu, queria também conquistar o mundo do conhecimento. Construiu uma biblioteca para conter tudo o que tivesse sido escrito no Mundo. A cidade de Alexandria, fundada por Alexandre em 332a.C., era o principal centro politico e comercial do antigo império greco-macedónio, que se estendia do oceano Índico ao Mediterrâneo, e Ptolomeu decidiu transformá-la na capital cultural do Mundo. Foi encarregue de criar um grande núcleo bibliográfico, Demétrio de Farelo, um erudito grego. Enquanto Ptolomeu escrevia a imperadores, reis e princípes, pedindo-lhes que enviassem os livros dos seus países, Demétrio mandava agentes comprar livros no estrangeiro. Todos os navios que entravam no porto de Alexandria eram revistados em busca de livros, e os que eram encontrados eram copiados por escribas. As cópias eram devolvidas e os originais ficavam em Alexandria. O grande empreendimento porlongou-se por muitos anos, tendo sido no reinado de Ptolomeu II, encarregue o poeta Calímaco de catalogar o acervo da biblioteca. Registaram-se 90 000 manuscritos originais e 400 000 cópias, havendo mais 42 800 rolos armazenados numa biblioteca mais pequena. Ptolomeu III pediu emprestados a Atenas os manuscritos originais das peças de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, devolvendo cópias. Contudo, a imensa colecção da biblioteca não chegou aos nossos dias. A sua destruição é um facto envolto em mistério. Segundo uma teoria, a biblioteca foi incendiada em 47a.C. , durante o conflito entre Ptolomeu XII, sua irmã Cleópatra e Júlio César. O exército romano terá incendiado a frota de Ptolomeu, e as chamas alastrado aos edifícios da margem e á biblioteca. Em 391d.C., pelo menos parte do anexo da biblioteca foi reduzida a escombros, quando o imperador Teodósio I ordenou a destruição de templos pagãos e outros edifícios. Outra versão é a de que a biblioteca terá sido destruida quando os árabes tomaram Alexandria, em 646. Para os vencedores, muçulmanos, o verdadeiro conhecimento estava contido no Alcorão, pelo que todos os outros livros deveriam ser queimados. Diz-se que os livros serviram de combustível, durante meses, para aquecer os banhos públicos.
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