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O Cristão e a Influência da "Política"
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?Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!? Romanos 1:20 ? 25 Foi Pedro Casaldáliga quem uma vez disse que ?a Igreja era virgem e pura enquanto habitava as catacumbas. Quando saiu das catacumbas se amasiou com o império.? A Igreja saiu das catacumbas quando da conversão do imperador Constantino. A conversão do imperador Constantino é uma das muitas conversões motivadas tanto pela religião quanto pela política. A pergunta que temos que fazer é: o que levaria o imperador da maior e mais forte força político-militar na face da terra, Constantino, a se associar com aqueles a quem o imperador anterior, Diocleciano, havia perseguido de maneira tão brutal e que eram considerados como a escória do império? 1. A Igreja sai das catacumbas. No final do terceiro século da era cristã, o império romano era governado por uma tetrarquia. Havia dois Augustos (dignos de receber adoração): Diocleciano no Oriente (Bizâncio) e Maximiano no Ocidente (Roma). Cada Augusto por sua vez tinha um César. O César de Diocleciano era Galério enquanto que o César de Maximiano era Constâncio Cloro. Os quatro eram considerados imperadores, mas Diocleciano era o maior. De acordo com as regras estabelecidas por Diocleciano, cada Augusto seria sucedido pelo seu próprio César, e isto, visando à paz e a estabilidade do império. Entretanto, Diocleciano, instigado por Galério, moveu uma feroz perseguição contra os cristãos, motivada principalmente, pelo fato dos cristãos, por um lado, recusarem o alistamento militar obrigatório e, por outro lado, pelo fato de que muitos convertidos ao cristianismo, em número sempre crescente, tentavam abandonar o exército romano. Diocleciano inicia então, um movimento de perseguição e mediante um edito ordena a expulsão de todos os cristãos das legiões romanas. A perseguição aumenta com novo edito que ordenava a destruição dos edifícios cristãos, a entrega dos seus livros para serem queimados e a ordem de negar aos cristãos todos os direitos civis. Muitos cristãos resistiram entregar seus livros e pagaram com a própria vida. A resistência enfureceu o imperador, que lançou mão da prática mais ardilosa quando alguém desejava destruir algum cristão: ordenar que os cristãos sacrificassem diante dos deuses que em muitos casos incluía a própria imagem do imperador. Alguns historiadores acreditam ter sido esta a maior e mais severa perseguição que os cristãos experimentaram antes de saírem das catacumbas. É importante destacar que a intenção de Galério ao instigar a perseguição dos cristãos era tornar-se único imperador. A aposta de Galério foi colocada de maneira bem firme nos pagãos contra os cristãos. Diocleciano, gravemente enfermo nesta altura, é forçado a abdicar em favor de Galério. Ato contínuo, Galério obriga Maximiano a renunciar sob a ameaça de atacá-lo. Os dois Augustos renunciaram no mesmo ano de 305 A.D. Para manter a tetrarquia (2 Augustos + 2 Césares), Galério obriga Diocleciano a nomear Maximino Daza como seu César e Severo como César de Constâncio Cloro. Os exércitos se recusaram a aceitar estas nomeações, pois preferiam Constantino, filho de Constâncio Cloro e Majêncio, filho de Maximiano. Várias legiões se rebelam e guerras civis explodiram por todos os lados. Severo comete suicídio, e Galério pede ajuda a Diocleciano que nomeia Licínio como imperador do Ocidente (Roma) e confirma Constantino como César do Ocidente e Maximino Daza como César do Oriente (Bizâncio). Entrementes, a perseguição aos cristãos prossegue firme sob Galério. Constantino e Majêncio, todavia, não implementaram a perseguição, pois percebiam a motivação política de Galério. Galério morre no dia 5 de Maio de 311. Todavia, 5 dias antes, em 30 de Abril de 311, Galério fez publicar um Edito de Tolerância, concedendo aos cristãos o perdão, bem como a autorização para que voltem a se reunir em suas assembléias, desde que não atentassem contra a ordem pública. Com isto, Constantino se sentiu fortalecido o suficiente para iniciar a empreitada que por fim o levaria a ser reconhecido como o único imperador. A liberdade concedida por Galério aos cristãos foi vista como uma oportunidade política por Constantino. Para Constantino, a compreensão de que os cristãos poderiam se tornar a maior força de influência no exército, foi decisiva para seus planos. Ao contrário de Galério que havia apostado suas fichas nos pagãos Constantino apostou suas fichas firmemente nos cristãos. Constantino se encontrava na Gália (região onde hoje é a França moderna). Ele agrupou seus exércitos que se encontravam na Gália e na Bretanha (onde hoje é a Inglaterra moderna) e marchou célere sobre Roma, cruzando os Alpes em poucas semanas. Majêncio era o imperador em Roma e premido pela situação, agrupou suas tropas na capital ocidental do império (Roma). A ruína de Majêncio foi ter saído em campo aberto, seguindo o conselho de seus adivinhos, para lutar contra Constantino, em vez de ficar dentro da cidade de Roma e resistir ao ataque. É aqui, que evidentemente, temos uma criação fantasiosa. Enquanto Majêncio ouvia os adivinhos pagãos, Constantino recebia alegadamente uma revelação do Deus cristão. Uma das versões mais antigas que temos desta estória pode ser encontrada nos escritos de um historiador cristão chamado Lactâncio. Este historiador que teve a oportunidade de conhecer Constantino, diz que o imperador recebeu, através de um sonho, a orientação de pintar um símbolo cristão sobre o escudo de seus soldados, com a promessa implícita de que ele venceria a batalha. O símbolo, alegadamente pintado, eram as letras gregas XP ("Chi-Rho", as primeiras duas letras de "Cristo") entrelaçadas com uma cruz sobre um sol, juntamente com a inscrição "In Hoc Signo Vinces" - Latim para "Sob este signo vencerás". No dia seguinte, as tropas de Constantino venceram a batalha contra as tropas de Majêncio que, lançado da ponte Mílvio, morreu afogado nas águas do rio Tigre. Após a batalha da ponte Mílvio, Constantino foi a Milão selar uma aliança com Licínio. Esta aliança incluía, entre outras coisas, que as perseguições aos cristãos seriam suspensas e que os cemitérios, as igrejas e outras propriedades que lhes haviam sido confiscadas lhes seriam devolvidas. Esta aliança, conhecida como Edito de Milão é confundida por muitos com o Edito de Tolerância de Galério. Em todo este tempo, apesar de favorecer os cristãos politicamente, Constantino continuava um firme adorador do Sol invicto. O estado pagão, na pessoa do imperador Constantino, resgatava os cristãos das catacumbas atraíndo-os exatamente com todas as coisas contra as quais haviam sido gravemente advertidos de que deveriam se guardar. A partir da incorporação da igreja ao estado, deu-se o início de um processo avassalador de desfiguração da verdadeira igreja que resultou neste ?Frankstein? que agora temos diante de nós. Como no referimos a pouco, a igreja foi engolida pelas coisas contra as quais deveria se guardar. Entre estas vamos destacar as mais significativas. É importante levar em conta que, muito da corrupção que foi iniciada com Constantino, virou regra na igreja desde então e por este
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