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Notas sobre o sentido de pós
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Para o campo dos Estudos Culturais (ou Crítica Cultural), o texto ?Notas sobre o sentido de pós?, de Jean-François Lyotard, funciona como uma espécie de manifesto. É um tipo de premissa e motivação para os estudos na seara da cultura.
As perspectivas lançadas por esse texto têm grande fonte na psicanálise, que é também um campo de grande influência na Crítica Cultural. Para resumir esquematicamente esse pequeno artigo, são apontados três principais temas, a saber: 1) não se deve pensar a modernidade como o novo, a ruptura; 2) não se pode reduzir a pós-modernidade à excelência no domínio da citação; e 3) a idéia dominante é a de que hoje se acabou com o grande movimento das vanguardas (as chamadas vanguardas históricas).
Lyotard argumenta que a noção de uma cronologia linear é completamente ?moderna?. Pertence ao mesmo tempo ao cristianismo, ao cartesianismo e ao jacobinismo, pois se iniciamos algo de inteiramente novo, temos de voltar a por os ponteiros do relógio no zero. Como ponto culminante do texto, após sua análise sobre os sentidos do pós, Lyotard propõe o câmbio dos prefixos: de pós- (posteridade) para ana- ( perlaboração, síntese). Ou seja, o ?pós? do ? pós-moderno? não tem o sentido de um lance de come back (ou de flash back e de feed back; ou ainda, de repetição), mas uma dinâmica em ?ana?, um processo analítico, de anamnese, de anagogia, e de anamorfose, que lança um ?esquecimento inicial?.
Assim, a crítica cultural se quer um posterior que perlabora, sem o recalque de uma tradição crítica ou das vanguardas. O texto de Jürgen Habermas, ?Modernidade versus Pós-modernidade?, é recomendado como leitura paralela a esse texto de Lyotard (In: O pós-moderno explicado às crianças. Lisboa: D. Quixote, 1987. p. 93-98).
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