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Página Principal : Teoria e Crítica
O PROFESSOR E O COMBATE À ALINEAÇÃO IMPOSTA
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O autor tem larga experiência no ramo da educação, principalmente no que se refere às investigações acerca do real papel do professor. Apresenta o texto onde trata das formas de alienação e as saídas para que se possa manter a sustentação da função de professores dentro e fora de sala de aula. Trata da coisificação do professor assim como das formas de se descoidificar, de como ser um mau e o um bom professor, das formas sofridas do exercício da profissão, das consciências referentes às contradições, além das especificidades das escolas e da metodologia referente à prática pedagógica. Neste sentido o autor afirma que a construção da identidade com base numa profissão inicia-se no processo de efetivar a formação na área. Atualmente, dos alunos que cursam pós-graduação (mestrado ou doutorado) com bolsa da Capes exige-se a participação em atividade pedagógicas, cursando disciplinas nessa área ou realizando um estágio de monitoria, o que configura uma formação inicial. É preciso destacar que, embora o professor ingresse na escola pelo cargo da docência, ou seja, primeira e essencialmente para atuar como professor, nos seus momentos de aprofundamento no mestrado e doutorado, são poucas as oportunidades que tem para se aperfeiçoar nesse aspecto. A docência é profissão que tem por natureza constituir um processo mediador entre sujeitos essencialmente diferentes, professor e alunos, no confronto e na conquista do conhecimento. Sistematizando, nos processo de profissionalização continuada e de construção da identidade do docente do ensino superior, destacam-se aspectos relativos: aos sujeitos presentes no universo da docência: o professor como pessoas e a pessoa do professor como profissional; o aluno como sujeito do processo cognitivo; processos cognitivos compartilhados entre os diferentes sujeitos; aos determinantes do processo educativo: projeto político-pedagógico institucional e sua inserção no contexto social; projeto de curso e os dados da realidade institucional; teoria didática praticada e a desejada na sala de aula; a responsabilidade com atuação técnica e social do profissional no mercado de trabalho; a ação do docente na escola; a ação do docente na escola; a definição de conteúdos e os enfoques metodológicos; o acompanhamento do processo mediante a avaliação. Esses aspectos configuram um quadro teórico complexo, considerando a característica essencialmente reflexiva da profissão docente e dos processos de profissionalização continuada. Na construção da identidade do docente busca-se reelaborar os saberes inicialmente tomados como verdades, em confronto com as descrições das práticas cotidianas, que se tornam auxiliares nesse processo e em relação à teoria didática. Esse método de descrever as práticas cotidianas configura um processo essencialmente reflexivo. Refletir coletivamente sobre o que se faz é pôr-se na roda, é deixar-se conhecer, é expor-se ? o que fazemos com muita dificuldade, uma vez que, como docentes do ensino superior, estamos acostumados a processos de planejamento, execução e avaliação das atividades de forma individual, individualista e solitária. O processo de profissionalização assim configurado possibilita a busca de pistas e indícios individuais e coletivos, num posicionamento investigativo, que poder ir envolvendo o coletivo e ir se ?alastrando? nas instituições. Para isso, as condições concretas de trabalho são essenciais: além dos elementos citados anteriormente, o vínculo dos docentes com as instituições, traduzido em emprego remunerado, deve assegurar as condições de trabalho necessárias ao envolvimento, ao planejamento, à reflexão e à avaliação do processo. Quanto à relação entre professor e aluno, a educação tradicional é magistrocentrica, isto é, centrada no professor e na transmissão dos conhecimentos. O mestre detém o saber e a autoridade, dirige o processo de aprendizagem e se apresenta, ainda, como um modelo a ser seguido. Essa relação vertical, porque hierarquia, temcomo conseqüência, nos casos extremos a passividade do aluno, reduzindo a simples receptor da tradição cultural. Quanto à metodologia, é valorizada a aula expositiva, centrada no professor, com destaque para situação em sala de aula nas quais são feitos exercícios de fixação, como leituras rezetidas e copias. Submetidos a horários e currículos rígidos, os alunos são considerados um bloco único e homogêneo, não havendo preocupação com as diferenças individuais. A avaliação valoriza os aspectos cognitivos (de aquisição de conhecimento transmitidos), superestimando a maneira e a capacidade de ?restituir? o que foi assimilado. As provas assumem um papel central entre s instrumentos de avaliação, chegando a determinar o comportamento do aluno, sempre preocupado em ?estudar o que será avaliado?, não em ?estudar para saber? simplesmente. Se de um lado o professor ?da lição?, de outro o exercício ou lição. A institucionalização da escola surgiu sob signo da hierarquia e da vigilância. Assim para ser ?protegida?, a criança se submete a um sistema disciplinar paternalista, autoritário e dogmático. Rigidamente estipular, as normas garantem a submissão do aluno, para quem obediência se torna a virtude primeira. A aprendizagem é um produto da experiência que se concretiza no sentido de se conseguir uma fundamentação psicosociológica e neurobiológico. Para o autor, os determinantes de uma análise das deficiências de aprendizagem não podem estar separados das nuances psicoculturais. Os autores aqui citados estão em consonância com os caminhos da psiconeorologia. Como mostra o autor, a possibilidade de estrutura e funcionamento dessa nova escola apóia-se em uma idéia que surgiu na década de 80 em Harvard, que afirmava: as pessoas manifestam distintas habilidades que requerem algum tipo de inteligência, mas não necessariamente o mesmo tipo. Cabe a cada profissional da educação, procurar manter uma consistência e um engajamento com sua profissão, evitando os descaminhos que levam ao sacrifício da mesma.
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