|
|
Página Principal : Teoria e Crítica
Os dragões do Éden
Publicidade
Se os dinossauros não tivessem desaparecido da face da Terra, existiriam os seres racionais e inteligentes que agora a habitam em maior número : os seres humanos? Se outros seres existissem, teriam eles um aspecto antropomorfico? Seriam realmente inteligentes ou pelo menos teriam o mesmo Q.I.( coeficiente de inteligência ) médio ou normal do Homo Sapiens Sapiens? Que outras aptidões ou características fisícas e bioquímicas teriam? Esta é uma pequena amostra do imenso rol de possíveis questões, que inevitávelmente se nos poêm após a leitura deste livro. Porque se trata de uma obra aberta, como aliás, devem pretender ser todos os ensaios científicos, as respostas fundamentais continuarão à espera de serem desvendadas. Todavia, muitas das que hoje em dia são dadas pela ciência e relatadas pelo autor, não deixam de nos causar perplexidade. Assistimos, pela mão de Carl Sagan, a um recuo no tempo profundo das origens do planeta e à narração de um estágio impar do desenvolvimento da vida, ou seja, a passagem do meio aquático para o meio terreste. São assim descritas as implicações, em cadeia, de semelhante avanço, nas formas de vida posteriores. Trata-se pois, de uma viagem no mundo do evolucionismo moderno de inspiração darwiniana, que nos faz repensar as modificações genéticas nas formas de vida, muito antes ainda da existência dos primeiros hominídeos e até dos primeiros mamíferos e muito depois do aparecimento dos mesmos. No essencial, nesta sua obra, Carl Sagan desmistifica ou tenta desmistificar a temática da origem predestinada e divina do Homem, mostrando-nos, para tal, como se processou a evolução do cérebro de acordo com as necessidades do meio e a sobrevivência. Assim explica-nos, que apesar da importância que cada pessoa possa atribuir à sua própria espécie no seio do cosmos, ela tem uma marca, fruto da evolução, que transportará para sempre : o cérebro reptiliano. O referido cérebro, herdado directamente dos nossos mais improváveis antepassados, permanece ainda agora encerrado no interior dos nossos crânios. Embora já quase abafado pelas camadas cerebrais oriundas de outros percursos evolutivos, esta pequena e esquecida parte do nosso cérebro, representa por excelência os nossos instintos mais primitivos, sendo por isso responsável por muitas das condutas da espécie humana, individuais ou em sociedade. Na minha opinião, um prémio Pulitzer de literatura, bem atribuído em 1978.
Veja mais em: Teoria e Crítica
Artigos Relacionados
- Marvin Harris: Introdução A Antropología Geral. Antropología Física.
- As Origens E O Desenvolvimento Inicial Da Humanidade
- A Educação Do Ponto De Vista Biológico
- A Jornada Humana
- Agora A Igreja Aceita A Evolução
- Desenvolvimento Humano, Organização Funcional Do Cérebro E Aprendizagem No Pensamento De Luria E De
- Fases Do Desenvolvimento Hominídeo
|
|
|
| |