|
|
Página Principal : História
Meu Pai
Publicidade
Maria José dos Santos
Meu Pai!
Talvez nunca tenha amado tanto alguém como a meu pai. É um amor estranho, que se enche de encantamento a cada vez que me lembro dele. Lembro como me assentava a seu lado na cama quando ele estava doente e ele me falava, falava de tudo, da vida, do mundo, de como olhar o mundo. Meu mundo nunca foi pequeno, apesar de morar no interior, era meu pai que o fazia grande a cada palavra. Aprendi a amar os livros com um homem que freqüentou menos de um ano de escola da roça. Mas fazia uma conta de juros como ninguém e lia todo pedaço de papel que lhe caia na mão. E falava... punha-me sobre o balcão da sua antiga venda e me falava. Ficava extasiada ao ouvi-lo falar, contar seus causos e dar seus conselhos que deveriam ser bons, pois os outros sempre voltavam buscando mais. Falo dele neste texto, pois sua figura me comove até hoje, seu jeito sereno que parecia não se perturbar com a vida. Seus olhos verdes que pareciam ver a alma das pessoas. E diante dos quais elas pareciam se sentir a vontade para se mostrar. Como sei disto? Eu presenciei várias confidências sendo feitas a ele, com aquele timbre de voz ora embaraçado, ora revelador, não me lembro delas, mas com o olhar de criança sentia a gravidade das palavras. Por isto escrevo, pois sinto ânsia pelas palavras, sinto falta delas, pois fui ensinada por elas e por elas quase viciada, sua capacidade de inquietar e aquietar o coração me fascina. Talvez sejam na verdade um tributo a ele ou um ecoar de sua voz em meu saudoso coração Aqui faço um breve resumo da minha infância e uma análise de um pai que apesar de sem cultura soube educar e imbutir em mim o amor as letras e as palavras.
[email protected]
Veja mais em: História
Artigos Relacionados
- Amor é A Solução
- Oração Para O Encontro Com Jesus
- Retrospectiva
- Jesus,exemplo De Amor Maior
- Custa
- Educação Se Faz Em Casa
- A Tecnologia Do Abraço
|
|
|
| |