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Reine sobre mim
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Alan Johnson, dentista americano bem sucedido em Paris, para onde trouxe sua família, é um homem em busca de espaço e com tremenda dificuldade de falar sobre isso com a própria esposa. Certo dia avista Charlie Fineman, um ex-amigo de faculdade, passar na rua carregando latas de tinta. Tenta conversar com ele, mas não consegue. Os dois não se vêem há muito tempo e a única coisa que Alan sabe é que Charlie perdeu a família no atentado terrorista de 11 de setembro, em Nova York. Charlie perambula pelas ruas de Paris com seu patinete motorizado, sempre acompanhado por uma enorme bolsa tira-colo e fones nos ouvidos. Quando finalmente se encontram, Charlie não se lembra dele, muito menos de seu passado. Alan passa a freqüentar o apartamento onde o amigo fica a maior parte do tempo mobiliando a cozinha, jogando o videogame ?Shadow of the Colossus?, tocando bateria e guitarra e ouvindo discos da época de faculdade. A partir daí, os dois se encontram diariamente e transitam pela madrugada afora vendo filmes de Mel Brooks, fuçando lojas de discos e freqüentando a boate onde Charlie é baterista de uma band punk. Essa rotina pitoresca põe em risco o casamento de Alan. Aos poucos ele penetra na vida de Charlie, descobre o mundo paralelo que ele criou para fugir do passado e o hábito compulsivo de reformar a cozinha. Apenas seu contador e a síndica do prédio onde mora mantém contatos regulares com ele. Foge dos sogros como o diabo foge da cruz. A harmonia entre os dois é regularmente quebrada de forma violenta, sempre que Alan tenta fazê-lo lembrar do passado. Disposto a ajudar o amigo ele provoca um encontro casual com um psiquiatra em uma discoteca. Macaco velho, Charlie percebe o jogo e quase agride o homem. Alan não desiste e acaba convencendo-o a fazer análise com uma amiga psiquiatra. Ela gasta várias sessões ouvindo-o dizer que ela é jovem demais e que, por causa disso, não consegue falar. A moça diz que não tem sentido ele continuar indo ao consultório e nunca conversar sobre o seu passado. Aconselha-o a contar para alguém, não necessariamente ela, pois só assim conseguirá liberta-se das lembranças que o atormentam. Charlie, finalmente, consegue desabafar com Alan. Fala da morte da mulher, das duas filhas e a angústia que carrega por ter sido grosso com a esposa quando ela liga do aeroporto e pede para que ele não esqueça de reformar a cozinha. É a última vez que ele ouve a voz dela. Depois disso Charlie entra em crise profunda e quase é morto por policiais ao vagar pelas ruas com um revolver sem munição. Para evitar o constrangimento da polícia francesa em prender uma vítima do 11 de setembro ele é obrigado a ficar confinado numa instituição do governo para tratamento psiquiátrico. É retirado de lá por Alan e a psiquiatra, porém deve submeter-se a um julgamento para saber se volta ou não à instituição. Mesmo no auge do sofrimento, Charlie revela que está mais preocupado com Alan do que com ele mesmo e, então, é a vez de Alan liberar seus fantasmas. As interpretações marcantes de Adam Sandler (Charlie) e Don Cheadle (Alan) e a direção precisa de Mike Binder fazem de ?Reine sobre mim? um filme comovente e, coisa rara nos tempos atuais, profundamente humano.
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