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A vida é bela


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Era uma vez, há muito tempo atrás, um príncipe que vivia num reino de loucos com uma alegria estranha a todos. Amava, com o mesmo fervor, a vida e uma princesa, beneficiando do seu amor pela primeira para conquistar a segunda. Tornou-se omnipresente, foi feiticeiro e mágico, derrubou todos os impossíveis para conquistar o coração da sua princesa. Esta deixou-se aprisionar. Os dois casaram, tiveram um filho, mas não viveram felizes para sempre...
A loucura humana encontrou nesta extraordinária alegoria uma dimensão sem precedentes. A irracionalidade, aliada à capacidade destrutiva do ser humano, são expostas a nu através deste apaixonante hino à vida. Próximo do universo surreal de Kafka e Orwell, Roberto Begnini socorreu-se de uma fabulação para fazer uma critica explícita sobre uma realidade concreta. Assim, estamos num período em que as doutrinas nacional-socialistas, alicerçadas num nacionalismo assanhado e profundamente racistas, começavam a desabrochar pela Europa. Estas teorias, aconselhadas em Nietzsche e na ideia da raça superior, promoveram o Nazismo de Hitler na Alemanha e o Fascismo de Mussollini na Itália. A II Guerra Mundial trouxe a perseguição e genocídio de grupos étnico-religiosos de forma indistinta e desumana em campos de concentração. Guido (Roberto Begnini) era o "príncipe" e a alegria, o amor e a esperança, a vontade e o querer, o amante e o pai... Guido era o mágico que fazia chover chaves e chapéus, o feiticeiro capaz de converter a insanidade humana num jogo, para que uma criança pudesse viver a beleza da vida numa altura de sofrimento. Guido era judeu... Dentro de um contentor, dois olhos cintilantes assistiam à última brincadeira do pai. Com um sorriso rasgado e uma marcha palhaçal, Guido faz o derradeiro esforço para prolongar a ilusão do filho. "A vida é bela" porque o sonho não pode ser tolhido pela força, porque o sol é igual para todos e porque o amor pode germinar em cenários dantescos. Todos os seres humanos repetem-se no sonho comum de serem felizes. As diferenças ?raça ou ideologia ? não podem ser um entrave à concretização desse ideal (Guido, enquanto disfarçado de inspector escolar, com a sua palestra improvisada sobre a raça ariana, brinca, anatomicamente, sobre as razões que os poderão tornar superiores). "A vida é bela" é um filme de contrastes, de recontros constantes entre o amor e o ódio, a alegria e a sisudez, a vida e a morte, a razão e a loucura, a paz e a guerra. São lutas desiguais que ajudam a conferir a este filme o impacto emotivo que outros não conseguem. Um conto de fadas para existir tem de ter o príncipe e a princesa, a imaginação e o encanto que este tem...


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