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DIAMANTES DE SANGUE
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Diamantes de Sangue O 21 de Março é o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial em alusão ao masacre do Sharpeville na Àfrica do Sul em 1960. Onde em todo o mundo acontecem manifestações e debates contra o preconceito racial. Atualmente, a indústria cinematográfica Holiywoodiana tem investido em grandes produções sobre as questões políticas, e sociais do continente africano. Como em O Jardineiro Fiel, Hotel Ruanda, e agora em Diamantes de Sangue, que retrata sobre a relação do tráfico de diamantes e a guerra civil em Serra Leoa. O governo americano ficou preocupado com a repercussão do filme, que foi indicado para o Oscar em 5 categorias. Mas, o seu diretor Edwar Zwick desconsiderou no roteiro as questões emblemáticas relacionadas ao processo histórico de segregação. As cenas de violência e matança com participação de crianças drogadas na guerrilha nacionalista misturaram interesses comuns, ? as pedras preciosas ? aos mercenários contrabandistas camuflados como militares pelo exército do governo. Colocando executivos gananciosos de corporações internacionais de mineração e comércio de diamantes, como causadores ilegais da barbárie inumana na Àfrica. Essa lógica da trama não evidenciou que os personagens são sujeitos ligados ideológicamente à continuidade do escravismo, da partilha de Àfrica, do colonialismo, da guerra fria, e do neo coloniaslismo contemporâneo. Estruturados pelo neoliberalismo e suas multinacionais que nada diferem da Cecil Rhodes Britânica. Hoje, o G7 países mais ricos do mundo detém o poder de manter a exploração secular das riquezas naturais, minerais, e culturais africanas. Mas filme é filme, mostra-se o que convém, aliás as filmagens não foram realizadas no próprio país. Porém, basearam no documentário Cry Freedom do cineastra nativo Sorius Samura, que com certeza não usufluirá da milionária bilheteria. Mas se o contexto temático fosse histórico traria á realidade os motivos de Serra Leoa ser o país mais pobre do mundo. Contudo, para não despertar polêmicas os EUA não apareceram para salvar ninguém, e também não foram vilões. Os atores Djimon Hounsou (Solomon Vandy), Leonardo DiCaprio (Danny Archer), e Jennifer Connelly (Maddy Bowen) representaram dez anos após um fato, que na época, não teve dimensão política e repercusão na mídia internacional. Como o masacre em Ruanda também não teve. Deixando a velha conotação que os africanos se matam entre si, e vivem em guerra pela usura e a ganância. A verdade é que em 2001 na Conferência de Durban contra o Racismo na Àfrica do Sul, não houve ficção ou manipulação da realidade na abordagem dos temas que resultaram em espoliações étnicas e religiosas. No entanto, os EUA e Israel boicotaram o encontro, e a Europa não assumiu a responsabilidade pela Reparação aos crimes que lesaram a humanidade. Só assim poderemos entender porque a Àfrica ainda sangra, nada diferente da realidade do povo negro no Brasil. Porém, a concretização das resoluções de Durban exige o fortalecimento de uma agenda internacional a partir do eixo da Reparação aos Povos da Àfrica e da Diáspora. Unificando a luta e a mobilização do movimento negro contra o imperialismo e o neoliberalismo. Centralizando a ação política na responsabilidade do Estado Burguês que fragiliza-se continuamente em crises institucionais, políticas e de descontrole social. Emir Silva - Membro da Coordenação Estadual do Movimento Negro Unificado.-RS [email protected]
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