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Página Principal : História
Mulheres doidas, ainda
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Ela procura, ele pensa
Em torno dos questionamentos sobre a evidente prosperidade do masculino e a insatisfação do feminino, debates intensos surgiram entre o Feminismo e a Psicanálise, especialmente a do tipo lacaniano - que direciona as investigações para o tipo de lei simbólica que a cultura requer para reger a relação homem/mulher. Ainda que tenham produzido certo acordo em relação a perspectivas diferentes, e até conflitivas, do Feminismo e de sua preocupação com a transformação social, conferiram ao pensamento masculinista, sexista e misógino um mot para a produção, também, de aversões que recorriam a desqualificações que atingiam o pessoal da mulher quando discutiam seus atributos. A crítica a essa parceria, por parte de algumas pensadoras, cunhou a expressão jocosa ?estranhos parceiros de cama? para levantar a questão dentro do feminismo acerca da política de se emparelhar Lacan ao Feminismo numa espécie de política do sexo, de forma a dar expressão ao movimento de mulheres como político, mas também como modo de pensar. No final da década de 1970, a Penguin reedita o texto de 1905, ?Dora de Freud, um caso de Histeria?. Mas é de Juliet Mitchell, a mais notória pensadora feminista que esteve envolvida com o pensamento lacaniano, e que publica em 1974 ?Psychoanalysis and Feminism?. LIVRO que aponta No presente, enquanto a feminilidade como efeito de escrita é produzida tanto por homens como por mulheres, são estas que têm maior interesse na perturbação da linguagem e do pensamento que essa escrita produz. Na reflexão sobre o casamento Psicanálise-Feminismo, a autora se pergunta sobre o significado de textos e contextos da década de 1970, que advogavam que Lacan e o feminismo fossem reunidos. Bowlby retorna a metáfora arqueológica de que emoldurava as dificuldades de Freud em desenterrar fatos sobre mulheres, para partir para uma jornada genealógica, uma exploração do termo repúdio, do lado da Psicanálise que escreve o repúdio da feminilidade, e do lado de parte das feministas que escrevem o repúdio a Psicanálise. Bowlby questiona se não estará a psicanálise na desprezada posição feminina em que é rejeitada juntamente com a feminilidade que teoriza? Empreende hábil investigação sobre o significado do repúdio, indica que nosso conhecimento sobre a feminilidade é ainda menor que pensávamos. Na década de 1940, o essencialismo caiu em descrédito. Inicialmente na Inglaterra, as teóricas essencialistas eram criticadas de um ponto de vista teórico marxista. S. Beauvoir surge com as primeiras formulações feministas sobre o essencialismo. As teorias essencialistas são aquelas que apelam para a biologia sexual. Se fossem admitidas, em qualquer contexto, a existência de algo fixo na identidade sexual, então o argumento estaria aberto ao abuso: se as mulheres eram naturalmente mais protetoras, então, pela mesma lógica, as mulheres poderiam ser naturalmente incompetentes. No final dos anos 70, as condenações do essencialismo, na literatura feminista, geralmente trazem por contexto a questão da mudança. Admitir mesmo um argumento positivo de parte da natureza seria forcluir pela crença na avaliação extremamente social da diferença sexual, seria excluir as estratégias para a mudança, dirigidas contra a ordem social vigente. Do começo dos anos 80 em diante, importantes feministas britânicas endossaram a teoria lacaniana como não-essencialista porque teorizava a feminilidade como uma construção não-biológica; porque proclamava que a feminilidade não tinha conteúdo; porque tornava a posição feminina disponível a ambos os sexos, embora num sentido altamente qualificado.
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