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Filosofia comparada.
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Marilena de Sousa Chaui é historiadora de filosofia brasileira. É mestre, doutora e livre docente, professora de Filosofia Política e História da Filosofia Moderna . É reconhecida, não só pela produção acadêmica, mas pela participação efetiva no contexto do pensamento e da política brasileira. Em seu texto ?Introdução à Filosofia?, Marilena Chauí faz várias indagações concernentes a nosso dia-a-dia e demonstra que simples perguntas como: ?Que horas são??, ou ?Que dia é hoje?, estão carregadas de conceitos e idéias que nem sempre levamos em conta, mas que estão embutidos, interiorizados em nossos pensamentos, ou seja, ao fazer estas perguntas ?estou afirmando que o tempo existe e que pode ser medido em horas, dias etc?. A autora procura utilizar uma linguagem que se torna de fácil entendimento para quem lê, levando o leitor a uma compreensão mais clara de seus próprios pensamentos e o rumo que estes podem tomar a partir de uma elucidação maior voltada para o entender de cada coisa. Marilena também cita em seu texto as atitudes filosóficas que precisam ser adotadas para que não haja a ?decisão de aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido?, ressaltando assim a importância de se questionar. Sendo que estas atitudes filosóficas podem apresentar características positivas ou negativas, ou seja, respectivamente, ?um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana? e ?uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? ?Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica?. Contudo o texto torna-se agradável para a leitura e revelador ao ponto que lemos, indagamos a própria leitura o que nos dá, já de antemão, um fator positivo, pois exercita o raciocínio, o ?pensar?, o questionar e o refletir. Um texto rico em exemplos e de fácil ligação com o cotidiano. Em se tratando de raciocínio ou razão ainda temos o texto de M. Heidegger: ?O que é isto ? Filofofia??. Antes uma breve apresentação do autor. Martin Heidegger, filósofo alemão falecido em 1976, foi um dos mais influentes pensadores do século XX, abandonando a teologia, mergulhou nos gregos para tentar encontrar neles a substância que de alguma forma amparasse o homem contemporâneo num mundo desesperançado. Erguendo-se contra a tradição metafísica, voltou-se para o ser (ontologia), procurando encontrar um norte num cenário onde os valores da religião e da metafísica haviam sido abalados até as suas raízes. Escreveu várias obras dentre elas: ?Hölderlin e a Essência da Poesia?;?A Doutrina de Platão sobre a Verdade?; ?A Carta sobre o Humanismo?; ?Caminhos Interrompidos ou Caminhos de Floresta?; ?Introdução à Metafísica?; ?O que é isso - a Filosofia? ou O que é a Metafísica??; ?Ser e tempo?. Em seu texto Heidegger escreve a respeito de a filosofia ser tarefa da ratio, mesmo que esta afirmação possa trazer alguns questionamentos, como por exemplo: ?Que é isto ? a ratio, a razão? Onde e por quem foi decidido o que é razão? Respondendo a esta inquietação Heidegger, faz um regresso à história e a origem da ?filosofia?. Cita no texto: ?Porque a ?filosofia? é grega em sua essência ?e grego aqui significa: a filosofia é nas origens de sua essência de tal natureza que ela primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver?. Com tal argumentação Heidegger desenrola seu texto em torno de que, para cada palavra existe um sentido muito mais amplo do que conhecemos e que a linguagem original é rica, mas que ao ser traduzida perde muito de sua essência. Traz em seu texto trechos e citações de Descartes, Platão e Aristóteles, faz uma crítica a linguagem como é utilizada e entendida mantém em seu texto o real sentido das palavras utilizando-as no original grego, que tem em seu vocabulário uma amplitude sem igual, faz um chamamento a entender as palavras antes de utilizá-las e aplicá-las no real sentido para uma compreensão maior do homem e de seus pensamentos. Heidegger procura tornar claro como esta disposição ?é uma abertura que determina a correspondência ao ser, na medida em que é instaurada pela voz (Stimme) do ser, O filósofo toca aqui nas raízes do comportamento filosófico, da atitude originalmente do filosofar?.
Enfim, com este texto Heidegger nos mostra que o ato de ?filosofar?, vai além de uma suposta indagação, mas está inserido num contexto de pesquisa e busca pela veracidade até mesmo das palavras que serão utilizadas para formular nossos pensamentos. Um texto que a primeira vista possa ser difícil de entender, mas torna-se atrativo pela riqueza de historicidade e pesquisa realizada pelo autor e pela maneira como conduz o pensamento do leitor em um intrincado labirinto de palavras e formulação de conceitos.
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