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Abigail Moura - Orquestra afro-brasileira
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ABIGAIL MOURA ? Orquestra afro-brasileira
De que elementos é formada a memória brasileira? Quais componentes estão presentes na vida dessa ?jovem? nação de quinhentos anos, que ainda hoje luta para forjar uma personalidade própria? Durante quase trinta anos o maestro Abigail Moura esteve à frente da Orquestra Afro-brasileira, doando-lhe seu esforço como se fora devoção religiosa. Antes de cada apresentação, agia como um sacerdote rendendo graças, elevando o palco a espaço sagrado. Sem dúvida essa Orquestra é parte importante no resgate da memória nacional. A Orquestra nasceu em 1942 como um grupo voltado à divulgação da arte e cultura musical negra brasileira. Apoiava-se nos instrumentos de percussão, base da sonoridade ?bárbara?, presente a harmonia nos instrumentos ditos ?civilizados?: piano, sax, trombone. Em suas pesquisas, o maestro Abigail incorporou percussivos originais como agogô, adejá, o urucungo, afoxé, atabaques e a angona-puíta... espécie de ancestral em tamanho grande da cuíca brasileira. A escola contemporânea, apoiando-se nos instrumentos harmônicos, seria a constatação da evolução musical dos afro-brasileiros. Aqui precisamos lembrar que a Abolição da escravatura deu-se entre nós apenas em 1888. A história da Orquestra é marcada tanto pela presença do divino, como por fatos estranhos. Por exemplo, Maria do Carmo ? sua cantora oficial, certo dia, ao fim de uma apresentação, teria enlouquecido, jamais voltando a cantar. Figura imprescindível, cujo nome se confunde ao da própria Orquestra, o maestro Abigail Cecílio de Moura, era mineiro e faleceu em 1970. Até o fim de seus dias levou uma vida honrada e pobre, acalentando o sonho de ver sua orquestra retornar ao brilho dos grandes dias. Era copista da Rádio MEC, função que exerceu até sua morte. A Orquestra despertava interesse por ser considerada ?exótica? e muitos iam aos concertos por curiosidade. Sua diversidade musical ia do maracatu ao frevo, jongo, temas do folclore, cânticos de umbanda e candomblé, privilegiando as heranças nagô e bantu, católica portuguesa e a presença indígena. O livro, acompanhado de um CD com o registro sonoro do primeiro LP gravado pela Orquestra em 1957 (Obaluaye), traz mais algumas canções, totalizando treze músicas.
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