Dopolavoro. Um cochilo breve no confortável sofá da sala reservada à venda de CDs eruditos. Um sonho espiritual invade meu inconsciente. Um anjo sem nome dirige-se resoluto ao Depósito de Almas, abre a porta e contempla atônito a incompletude divina. Exclama: - Meu Deus quantas almas inacabadas! Quanta imperfeição e procrastinação! Triste, com o coração contrito pelo atrevimento, o anjo fecha o depósito e joga a chave triaxial nos quintos do inferno. Um som de ironias barrocas fazem um maldito contraponto com um jazz infernal instigando-me a acordar: Recuso e decido permanecer no universo onírico repleto de paradoxos.