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Caramelle
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Mais uns minutos e outros mais. (A minha percepção do tempo estava distorcida). Uma nova chance: Perdão mútuo. Ela não faria isto comigo. Resmungo: Deus tem todas as horas! Entro na livraria e meu olhar busca pelo corpo tão conhecido e ainda desejado... Cores e formas, gestos, sensualidade e ternura: tudo encontra seu lugar na livraria. Mais uns minutos e outros mais. Ela não faria isto comigo! ?Todas as famílias felizes são iguais, mas as famílias infelizes são infelizes cada uma ao seu modo? a frase invade sem permissão em meu coração. É assim que Tolstói começa ?Anna Karenina?. Que inferno! Por que lembrar essa frase agora?! No bolso do paletó encontro um caramelo viscoso. Talvez, providencialmente ele possa acalmar-me! Onde ela está? É pedir muito para um velho caramelo! ? Caramelle non ne voglio più... Parole, parole, parole soltanto parole parole tra noi...? De novo, sem permissão a música canta. Talvez ela tenha razão: Tantas palavras entre nós! A livraria tem uma linda cafeteria, um café amargo sem açúcar e água com gás, certamente dissolveriam o tempo distorcido. Marcamos em frente da estante com a literatura russa, não devo sair! Ela aproxima-se com andar previsível, gola vermelha contrastando com saia xadrez acinzentada, decido presenteá-la com silêncio e um sorriso protocolar. Sim! Foi isto que restou do perdão mútuo: Um débil sorriso protocolar.
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