É com prazer que passo à frente a história e vida de Ana Lins do Guimarães Peixoto Bretãs; a poetisa Cora Coralina que se tornou conhecida aos 77 anos após ter seus poemas conhecidos por Carlos Drummond de  Andrade que a revelou para o mundo.

Eu particularmente sempre admirei esta senhora que escreveu belíssimamente  poemas que  tocam meu coração. Sempre procurei mas não encontro muito sobre sua vida, quem ela foi antes de se tornar conhecida. Agora compartilho o que encontrei sobre esta admirável mulher.

Ela foi uma vanguardista. Em suas próprias palavras,"o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."

Nasceu na cidade de Goiás antiga capital do Estado de Goiás em 20 de agosto de 1889 cursou apenas as primeiras letras era filha do desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacinta Luiza do Couto Brandão.

Ela viveu até aos vinte e poucos anos em Goiás e foi morar com o advogado Cantídio Tolentino Bretãs, separado da mulher no interior de S. Paulo, e isto chocou a comunidade local, extremamente conservadora.

Por se unir a um homem casado perdeu o respeito de todos. Até hoje há quem se refira a ela como uma mulher que se uniu a um homem casado, foi por isto estigmatizada como uma prostituta.

Se a admiração por parte de seus concidadãos ainda não é geral tem aqueles que a admiram com muita intensidade , formando um grupo de estudo sobre sua obra." cora é toda essa cidade. Cora é esta janela, essa parede, as pedras..."

Oração do milho é belíssimo poema..." ...senhor, nada valho. Sou planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.Meu grão perdido  por acaso, nasce e cresce na terra descuidada..." ela usa as coisas simples do cotidiano para contar sua vida em poemas.

A população veladamente estabelece uma disputa entre o patrimônio histórico rico da antiga Vila boa de Goiás e o prestígio de Cora Coralina para o município. Ranço antigo devido a forma como Cora saiu da cidade. Ciúmes e inveja de alguém que acompanhou um homem casado, coisa complicadíssima naquela época, não freqüentou escola e conquistou notoriedade, ganhou o mundo após 77 anos depois de ser doceira para ganhar a vida.

Sua obra é conhecida e estudada na França, Alemanha, Estados Unidos e Canadá.

Ana deixou Goiás para viver no interior de S. Paulo, morou também na capital paulista atuando como ativista social junto à igreja. arrecadando mantimentos para cestas básicas, e colaborando intelectualmente com um jornal local, sendo convidada para ser candidata a vereadora. Seu marido morreu e ela passou a vender livros para criar seus filhos. Seu primeiro livro Poemas dos Becos de Goiás e Outras Histórias Mais . Publicado em 1965.

Aos 50 anos passou a adotar definitivamente o pseudônimo de Cora Coralina ou seja coração vermelho.

" a vida tem duas faces: positiva e negativa o passado foi duro mas o seu legado saber viver é grande sabedoria"

Voltou à sua terra natal  em 1956 depois de 20 anos viuva.Cora como já sabemos não foi bem aceita em sua cidade  não tinha amigas vivendo isolada sempre com seus escritos. Ao retornar para sua cidade passa a morar na mesma casa que se tornou referência ; a chamada casa do Rio Vermelho. Onde vendia seus doces e recitava suas poesia  que eram  versos engajados, de cunho social retratando sua vida. Ela era caridosa e sempre ajudava as pessoas.

Ensinava seu ofício, dava guarida em sua casa. Sua história é digna de ser conhecida. 20 de agosto é dia de festa em Goiás Velha  como alguns denominam a cidade onde Cora Coralina nasceu, em sua homenagem comemora-se o dia do vizinho. Ela gostava de dizer que o parente mais próximo é o vizinho. Segundo sua neta : " Ana que virou Cora foi rejeitada pela cidade, criou asas e ganhou fama".

MARAVILHOSA!!!!!!!!!! 

 

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