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Cartas a um jovem poeta
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RILKE ? CARTAS A UM JOVEM POETA? René Karl Wilhelm Johann Josef Maria Rilke, nascido em Praga à 4 de dezembro de 1875, filho de Josef Rilke e Sophie Entz, filha de uma rica família pequeno-burguesa. A infância de Rilke foi cheia de conflitos emocionais e traumas que o marcaram para toda a vida: até os cinco anos, sua mãe vestia-o com roupas de menina, numa tentativa de compensar a morte de uma filha recém-nascida. Ingressaria na carreira militar, mas abandona-a por razões de saúde. Livros que escreveu: Vida e Canções, Oferenda aos lares, Coroado de Sonhos, Poemas de Advento, O livro da vida monástica, O livro das horas, Histórias do bom Deus, O livro da peregrinação, Os cadernos de Malte Laurids Brigge, O livro da pobreza e da morte, O livro das imagens, Novos poemas, Outra parte dos novos poemas, Réquiem, Para celebrar-me, Elegias de Duíno, A vida de Maria, Sonetos a Orfeu (considerado o ponto alto de sua obra poética), Pomares, Os quartetos de Valais, As rosas e As Janelas. Em 1897 conhece a intelectual e escritora Lou Andréas-Salomé, por quem se apaixonaria. Salomé era casada, e o relacionamento dos dois termina após três anos. Continuam amigos e confidentes. Em 1901 casa-se com Clara Westhoff e nasce sua única filha, Ruth. Era final de outono de 1902, quando Franz Xaver Kappus, achava-se mergulhado na leitura de Rilke, na Academia Militar em Wiener-Neustadt, quando o seu professor, único não oficial Horacek, tomou de suas mãos o livro, olhou a capa e balançou a cabeça. -Poemas de Reiner Maria Rilke? Fez um gesto de assentimento com a cabeça. - Então o aluno René Rilke se tornou um poeta. Depois dessa conversa, Franz resolveu enviar suas tentativas poéticas a Rilke e lhe pedir sua avaliação. E assim Franz o fez. Escreveu de Berlim à Paris, recebendo a resposta de Rilke, que dizia: - Sua carta só me alcançou há poucos dias. Não posso entrar em considerações sobre a forma dos seus versos; pois me afasto de qualquer intenção crítica. O senhor olha para fora, e é isso sobretudo que não devia fazer agora. Ninguém pode aconselhá-lo e ajudá-lo, ninguém. Há apenas um meio. Volte-se para si mesmo. Investigue o motivo que o impele a escrever; comprove se ele estende as raízes até o ponto mais profundo do seu coração, confesse a si mesmo se o senhor morreria caso fosse proibido de escrever. Sobretudo isto: pergunte a si mesmo na hora mais silenciosa de sua madrugada: precisa escrever? Se ela for afirmativa, construa sua vida de acordo com tal necessidade. Então se aproxime da natureza. Caso o seu cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele. Mesmo que estivesse em uma prisão, cujos muros não permitissem que nenhum dos ruídos do mundo chegasse aos seus ouvidos, o senhor não teria sempre a sua infância, essa riqueza preciosa, régia, esse tesouro de recordações? Procure trazer à tona as sensações submersas desse passado tão vasto; e se desse ato de se voltar para dentro de si, desse aprofundamento em seu próprio mundo, resultarem versos, o senhor não pensará em perguntar a alguém se são bons seus versos. Por isso, prezado senhor, eu não saberia dar nenhum conselho senão este: voltar-se para si mesmo e sondar as profundezas de onde vem a sua vida; nessa fonte o senhor encontrará a resposta para a questão de saber se precisa criar. Aceite-a como ela for, sem interpretá-la. Talvez ela revele que o senhor é chamado a ser um artista. Nesse caso, aceite sua sorte e a suporte, com seu peso e sua grandeza, sem perguntar nunca pela recompensa que poderia vir de fora. Pois o criador tem de ser um mundo para si mesmo e encontrar tudo em si mesmo e na natureza, da qual se aproximou. Esse foi o conselho de Rilke para a primeira carta de Franz. .Franz Kappus escreveu várias cartas à Rilke com diversos questionamentos e recebeu respostas e opiniões sobre o que considerava os aspectos verdadeiros da vida. A criação artísticas, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano. Estas questões são abordadas pelo maior poeta de língua alemã do século XX. Rilke morre na Suíça e é enterrado no dia 2 de janeiro de 1927. O seu epitáfio, escrito por ele próprio, dizia: Rosa, ó pura contradição, alegria/ De ser o sono de ninguém sob tantas/ Pálpebras.
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