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Quem VEM E ATRAVESSA O RIO


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            QUEM VEM E ATRAVESSA O RIO...

Sousa Farias *

Resido na cidade do Porto já vai para quatro anos e ainda não descobri se os portuenses são bairristas ou se amam de mais a sua cidade.

Já pude verificar a sua hospitalidade quando uma vez tive necessidade de recorrer aos serviços médicos  de um hospital daqui e o facultativo, depois de me fazer um diagnóstico de grande competência e  mérito, disse-me o seguinte: - o senhor é de Lisboa mas tem aí um cartão meu  e disponha, a qualquer hora do dia ou da noite.

Não fiquei surpreendido mas sim agradecido, mas vim a constatar mais tarde, que há na cidade uma mágoa qualquer, um desgosto, um sentir de uma ingratidão, quanto a mim sem razão de ser, se é que há alguma coisa e se eu percebi bem esse motivo.

 Por falta de elementos, por falta de estudo e falta de conhecimentos, recuso-me  a abordar o tema agora. Um dia falaremos disso...porque o portuense que vive aqui, parece-me, transforma-se,  quando fala da sua cidade. Será bairrismo ou o tal amor, que falei de início...

 Encaro este comportamento dos portuenses como uma forma de estar, uma certa maneira de ser, uma questão cultural até, que já vem de longe, desde Almeida Garett, Camilo, Ramalho e outros, porque todos estes se bateram pela grandiosidade da sua cidade.  

É têm razões de sobra para isso.

Para mim, que venho de fora e atravessei o rio, a cidade do Porto tem o seu ponto mais  alto na figura do jovem Alferes Malheiros, que se bateu pela Liberdade na revolta de 31 de Janeiro de 1891 e em defesa dela tombou. E também D Pedro IV, o General Humberto Delgado, Virgínia Moura, Óscar Lopes, tantos.. tantos ..  e também   Hernâni Ferreira da Silva, a magia ao serviço do futebol, assim como num passado longínquo  tinham sido Pinga, Araújo  e Costuras, que jogaram no estádio da Constituição, que deu o nome à Rua onde moro. .

O que eu mais gosto do Porto é das pessoas cá de baixo. Nada lá para cima,  apesar de nesse patamar também existir gente boa. Na zona da minha residência saliento   o Sr. Fernando, cabeleireiro de profissão que, quando chego para me cortar o cabelo, logo põe a tocar a Maria João Pires, o Gilbert Bécaud e outros assim. Eu, por outro lado, levo-lhe um poema  cá dos meus e declamo-o, em exclusivo. E ele gosta de me ouvir. O  meu cabeleireiro é  um homem charmoso.

Gosto do restaurante do senhor Carvalho na Rua Serpa Pinto. Come-se lá bem e barato. A primeira vez que lá fui  almoçar, recordei a tasca do Manduca, ali ao é do Hotel Batalha, numa vez que cá vim em serviço, há muitos anos, estava colocado nos TAP. Aconteceu-me até que durante essa estadia comprei um vestido para a minha ex-mulher que lhe ficou a matar.

Ainda hei-de vir  a gostar muito do Porto, porque tem atributos para isso.. O Porto tem o S. João, um espectáculo único no mundo. E  tem a Foz e a Praça dos Aliados, a Torre dos Clérigos, a Casa da Música e tanta coisa .. No campo da cultura tem  António Manuel Pina e os  simpáticos Mário Cláudio e Germano Silva e  a melhor Universidade de Economia do País..

E tem muitas coisas mais.

* Lic. Adm. Fiscal

 




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