A mais nova polêmica no Brasil já toma conta das rodinhas de bate-papo no país. Trata-se de imagens veiculadas no programa Fantástico, da rede Globo, com cenas de lutas de crianças praticantes do Muay Thai, uma arte marcial nascida no século XVI e difundida a partir da Tailância. É por isso, aliás, que o Muay Thai também é conhecido como boxe tailandês. De fato, as imagens impressionam, pois as crianças lançam socos e pontapés contra seus adversários em um esporte de muito contato físico.

 Sem entrar no mérito de que o Muay Thai é inadequado ou não para crianças, parece que o foco da questão está sendo deixado de lado. Não se pode esquecer que atrás de uma criança praticante desta luta está um adulto que, teoricamente, é o responsável por ela. A decisão, portanto, de colocar ou não o filho em uma academia de boxe tailandês é deste adulto responsável. A prática desta arte marcial, como de resto a prática de qualquer outro esporte, deve levar em conta primeiramente a vontade da criança. Sem esta concordância, qualquer atividade imposta à criança já representa uma violência.

 Infelizmente, pelo que se vê na mídia, a discussão é apenas sobre o grau de violência do Muay Thai. Se a análise for apenas sobre o critério da violência, do grau de contato físico e do risco de ferimentos, então teremos de rediscutir também a participação das crianças em academias de judô, caratê, kung-fu e até mesmo de futebol. Se o debate for em torno dos direitos da criança, então uma medida parece ser imprescindível: os pais que expõem seus filhos à violência, inclusive com interesses financeiros, em lutas que valem dinheiro, devem ser rigorosamente punidos.

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