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Escultura colonial brasileira
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Escultura colonial brasileira Nossa arte religiosa deriva da arte européia, as primeiras imagens do Brasil, são portuguesas trazidas pelos colonizadores,... o que aqui ocorreu não passou de reflexo atenuado e tardio dos acontecimentos artísticos do Velho Mundo. <1> A escultura colonial brasileira abrage a talha, a imaginária, e até mesmo a escultura monumental. Sua produção, a pesar de possuir também importações, na maioria está subordinada ao alto clero e as irmandades religiosas, que impõe os padrões e os modelos aos artistas, as quatro grandes ordens religiosas eram as dos jesuítas, Beneditinos, Franciscanos e Carmelitas. Os religiosos, pessoa cultas e com conhecimento das artes, proporcionaram a eventual presença de artistas que estabeleceram desde de logo uma incipiente indústria cujas peças forçosamente eruditas pela sua origem artística, satisfaziam a demanda no povoamento de novas igrejas e capelas, marco inicial das povoações que se iam formando pela imensidade do Brasil.<2> No século XVIII, a produção escultórica fica mais diversificada, até mesmo artistas leigos das colônias passam a produzir. A produção mantém-se em Pernambuco, com sua independência econômica, Bahia, sede do governo, Rio de Janeiro, com escoamento do ouro, e também Minas Gerais, produtora do ouro. No caso da escultura, que aqui nos interessa diretamente, essas diferenciações regionais são claramente observáveis a partir da quarta década do século XVIII, quando se processa na talha a evolução para o chamado ?estilo D. João V?, correspondente a segunda fase barroca da talha luso-brasileira. Resultam em geral de uma interpretação mais livre dos modelos e sobretudo da utilização simultânea de temas ornamentais de estilos diferentes.<3> A escultura é um meio de expressão artística, que revela-se de muita sensibilidade, assim como as demais formas de expressão de arte do período, ela também exprimia o momento que se vivia, um momento de mudanças. No Rio e na Bahia, eram comuns os retábulos joaninos ou neoclássico com decoração rococó. A imaginária brasileira, ou pelo menos boa parte dela, já sofreu restaurações. A grande massa da população brasileira não tem conhecimento da importância de nosso patrimônio artístico-religioso, daí a importância de um minucioso cuidado nas resturações, evitando o que por vezes acaba por acontecer, que é a perda ou as transformações de atributos, como as cores originais, por exemplo. A preservação das esculturas sacras se fez até determinada época, em função da devoção, do respeito pelas ?coisas? de Deus, fazendo com que durante certo tempo essas imagens permanecessem intactas, preservando assim, por séculos, os bens da igreja. Mas com o fim, ou diminuição de tamanha devoção, com a abertura a um pensamento mais humanístico, e com o intuito de preservar, iniciam-se as restaurações. Essa mudança de pensamento propiciou para que algumas imagens passarem de objeto de devoção, para objeto de decoração com alto valor. O que nada valia em termos de dinheiro mas tudo podia em potencialidade emocional sofreu uma perfeita inversão de valores.<4> A maioria das imagens que figuram atualmente nas igrejas é de gesso, imagens vindas do comércio no século XX. Em algumas igrejas, talvez as de maior importância do período colonial, mantém suas esculturas mais antigas, preservadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional). No decorrer do nosso período colonial, se fazem presente as esculturas eruditas e populares. A escultura erudita é fruto de um conhecimento adquirido, de um estudo que foi feito para a elaboração da mesma. É uma imagem que representa o período em que foi feita, pois o artista que a esculpiu, o fez de acordo com a cultura do meio que vive, assim, uma imagem erudita do século XVIII, ?traduziria? o homem do mesmo século. Já a escultura popular, não é fruto de um conhecimento específico, seu escultor não a faz de acordo com atributos da época, pelo menos não de forma intencional, ele não tem esse compromisso, visto que ele está alheio aos conhecimentos artísticos. Sendo assim, uma imagem popular do período barroco, não obrigatoriamente, e nem propositalmente, terá características barrocas. O artista que a produz, o faz de acordo com sua fé, com experiências adquiridas em seu meio, pelo ?olhar fazer?, pela intuição, ou por aprendizado com seus mais velhos. Na primeira capital da colônia, na Bahia, houve uma convergência de artistas, que nos séculos XVIII E XIX, supriram as necessidades de uma demanda de imagens eruditas no Brasil. As imagens sacras do período servem não só de socorro as aflições, mas também de amparo divino às esperanças. O que vigorava na Europa, chegava aqui na colônia anos mais tarde, e seu desencadeamento aqui dependeu da condição econômica e social.
<1> Etzel, Eduardo. Imagem Sacra Brasileira. São Paulo, Melhoramentos,1979. <2> Etzel, Eduardo. Imagem Sacra Brasileira. São Paulo, Melhoramentos,1979. <3> Ávila, affonso. Barroco Teoria e Análise. Perspectiva, 1997. <4> Etzel, Eduardo. Imagem Sacra Brasileira. São Paulo, Melhoramentos,1979.
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