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África: Fome e Guerra


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África: Fome e Guerra


Um continente assediado pela fome. Pelas estatísticas recentes, as cifras desse flagelo não param de crescer, tornando-se mais graves e mais preocupantes. A cada ano, 27 milhões de africanos, a maioria crianças, estão ameaçados de morrer de fome. Dos 800 milhões de habitantes, pelo menos 150 milhões vivem em debilitante escassez de alimentos. Os países mais atingidos pelo flagelo são: Etiópia, Somália, Sudão, Moçambique, Malavi, Libéria e Angola. Além disso, são os mais atingidos por violentos conflitos internos, que ameaçam aumentar a ruína. No fluxo do comércio mundial, no qual a África não tem condições de tomar parte, contribuem com modestíssimos 1,5%. Anualmente os EUA destinam como ajuda 1 dólar para cada africano, enquanto Israel é beneficiado com 700 por habitante. Com a queda do comunismo, o ex-império de Stálin foram os primeiros a clamar por uma gorda fatia dessa ajuda, oferecendo em troca seus imensos mercados ao capitalismo. A áfrica corre o risco de ver o aumento da degradação social e se transformar num continente que sobrevive da caridade alheia, sem condições de tratar seus problemas, entre eles a fome e a AIDS. A falência quase total do processo de descolonização é atestada pelo fato de que hoje 3 a cada 4 africanos vivem em estado de pobreza absoluta e a dívida externa é 5 vezes maior do que no início dos anos 80 (250 bilhões de dólares contra 50).


Ditadura-Siad Barre» Nascido em 1921 e apelidado pejorativamente de hiena foi o ditador da Somália. Calcula-se que durante o seu regime, que durou de 1969 a 1991, tenha mandado matar pelo menos 200 mil somalis, enquanto 1 milhão viu-se obrigado a procurar exílio. Conseguiu, recorrendo ao terror, manter-se no poder até 1991, quando uma revolta popular o derrubou.


Zaire, um exemplo de degradação» Submetido à ditadura de Mobutu a partir de 1965, o país compreende 450 línguas e tribos. Em 1991, a renda média de um cidadão de lá era de 92 dólares por ano, muito abaixo dos 5370 dólares pelos quais o Banco Mundial mede o limite da pobreza. Uma obra ilustrada de 180 páginas chegou a custar 1250 mil zaires e um operário mais que 30 a 50 mil por mês, em 1985 1 Zaire equivalia a 2 dólares. O país é ex-colônia belga, o Congo Belga. Independente desde 1960. O regime pós-colonialista levou o país a beira da falência e por isso o trono de Mobutu, que parecia intocável, começou a ruir. A resistência dos donos do poder, quase sempre apoiados por militares locais, ainda é muito forte e certamente não serão afastados com facilidade e nem em curto prazo.   





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