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A Educação na Antiguidade Greco-Romana (1)
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A Sociedade Ocidental deve muito à cultura e à civilização dos gregos e romanos. Muitas foram as contribuições deste modelo civilizatório para o ocidente, e mesmo na atualidade, muito de nosso modo de pensar e ver o mundo ainda contém influências advindas destra época. No presente resumo iremos enfocar as contribuições trazidas por estes modelos civilizatório no que se refere à educação. Assim, no presente texto iremos analisar um pouco das contribuições trazidas até nós pelos antigos gregos, enquanto que no texto subseqüente iremos analisar as contribuições trazidas pelos romanos a esta área de conhecimento.
A EDUCAÇÃO NO MODELO GREGO
A época da chamada antiguidade clássica remonta a um período que vai aproximadamente do século 9 a ao século 2 antes de Cristo (A.C.). Neste período encontramos as primeiras rweflexões empreendidas pelos gregos a respeito do mundo, da natureza e das relações entre os homens. É dos gregos também a invenção do que ainda hoje concebemos como filosofia, ou seja, uma forma de refletir sobre os fenõmenos do mundo procurando mediante esta reflexão compreendê-los em sua totalidade. Os gregos foram também responsáveis pela invenção do modelo político denominado democracia (o que ,em grego, significa governo do povo). Estas duas bases de pensamento e organização da sociedade são vitais para que consigamos compreender os modelos pedagógicos que se inspiram na Educação Grega.
1. Os filósofos sofistas e seus primeiros discípulos
Antes ainda de Sócrates, por volta do século 7 A.C. , os primeiros filósofos iniciavam não somente seus estudos e reflexões sobre a natureza e o mundo, mas também já discutiam a respeito de como deveria ser a política e as relações humanas. Um grupo especial de filósofos merece destaque neste sentido: os sofistas. Os sofistas eram pessoas que se especializavam em persuadir e convencer outras de determinados argumentos. Era comum mais ou menos entre os séculos 4 e 2 A.C. que os sofistas cobrassem para ensinar as pessoas a argumentar e a defender suas causas. Os sofistas são com muita justiça entendidos (entre outras coisas) como os primeiros advogados e professores pagos. Iam então de cidade em cidade ensinando os discípulos a debater, e graças a eles vários filósofos como Sócrates (que foi discípulo do sofista chamado Górgias) puderam surgir. A influência dos sofistas se deu principalmente na Política e no Direito gregos, e graças a esta influência, as práticas de debater em público, e de falar em auditórios (com o uso de técnicas de voz) foram difundidas. Devemos ainda destacar que a influência dos sofistas possibilitou a existência de um modelo de formação pedagógica voltado não somente para o conhecimento da verdade (tal como propunham os filósofos que não eram sofistas) mas também para tornar possível a todos entender e se convencer do que era considerado verdade pelo sofista em questão. É com os sofistas que temos então as primeiras preocupações a respeito de como se faz para explicar uma determinada questão para cada tipo de pessoa.
2. Os primeiros pedagogos Os sofistas ensinavam aos jovens e aos adultos no que compete à arte de convencer e eram itinerantes, indo de cidade em cidade. Os demais filósofos, por sua vez, criavam instituições (como no caso de Platão, que criou a Academia, e Aristóteles, que criou o Liceu) para formar os jovens no que compete ao raciocínio filosófico. Os governos das cidades gregas desenvolviam Ginásios para os jovens, com o objetivo de que pudessem aprimorar sua forma física e também aprender algumas noções de poesia, literatura e filosofia. O modelo pedagógico ensinado nos ginásios era conhecido como ARETHÉ (palavra grega que significa um equivalente à honra), e o objetivo dos Ginásio era a formação dos KALOIKAGATHIA (o homem ao mesmo tempo belo e bom). Mas fica a pergunta: quem ensinava às crianças? Na Grécia antiga nem todos eram livres, existindo então escravos, os quais geralmente eram adquiridos ao serem comprados ou mediante alguma vitória militar na qual pessoas dos territórios perdedores eram escravizadas. Na Grécia da época de Sócrates (século 3 A.C.) era comum que as famílias tivessem entre seus escravos um tipo especial chamado PAIDAGOGOS (que em português teria uma tradução aproximada para condutor de crianças). Este escravo tinha como função tomar conta das crianças, bem como conduzí-la até os ginásios e ensinar-lhes histórias referentes à formação moral e às virtudes mais valorizadas nesta época. Coube aos pedagogos (cuja palavra se origina da expressão grega que vimos acima) complementar a educação ministrada pelos familiares e preparar a criança paraa entrada no ginásio. Deste modo, podemos perceber que o modelo de formação pedagógico grego consistia em uma junção entre o desenvolvimento físico e intelectual, tendo como referências o equilíbrio das formas físicas e o conhecimento de política, arte e filosofia (no que diz respeito à formação intelectual). No texto que continua este poderemos ver alguns detalhes relativos à educação no modelo pedagógico criado no Império Romano.
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