A invasão apresenta, segundo Vilar, um caráter destruidor, por um lado, e por outro, um caráter construtivo. O primeiro,é óbvio, decorre dos processos de combates diretos que inviabilizaram a produção e retiraram do campo o produtor; o segundo caráter, construtivo, tem haver com o progresso observado, sobretudo em Andaluzia, com o aperfeiçoamento de técnicas agrícolas, com o reavivamento urbano, com o enriquecimento cultural através do intercâmbio da cultura moura e da cultura cristã (a Espanha islâmica contribuiu sobremaneira para as grandes realizações seiscentistas)já desde 722, por pressão das necessidades, sem fim em si, mesmo que se constituindo como uma empresa de colonização permanente. Em 1212,observaremos uma união geral dos cristãos em prol da reconquista, ainda que os reinos formados durante todo esse processo não tenham em vista a formação de um território nacional. O que esses reinos possuíam em comum era a fé, a luta contra o mouro e o espirito de cruzada.

A unificação vem com o casamento de Fernando, o católico, e Isabel, o que significou a união das tradições de reconquista de Castela com as ambições mediterrâneas de Aragão.

A expansão, a colonização e até mesmo o capitalismo espanhol será muito marcado por essa prolongada luta medieval; pela concepção territorial e religiosa da expansão que gerou nessa sociedade hábitos de vida e fórmulas de pensamento muito particulares.

A sociedade espanhola da reconquista cria relações muito particulares, diferentes das do feudalismo francês ou inglês, todas embasadas nesse ideal de reconquista, ação militar e fé religiosa.

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