CAPÍTULO XV ? Huancavelica. O que aconteceu com a prata americana depois de sua saída das minas?

Huancavelica não era complemento de Potosí, era sua própria condição. Talvez por isso fosse mais terrível para os trabalhadores indígenas (trabalho contínuo, diuturno, sendo que 8 horas de inicio para cada homem. As condições de trabalho, as mortes e desaparecimentos, mitificavam a mina como local de onde não se voltava. A reflexão sobre essas condições de trabalho foi mais duras do que em Potosí. Em 1603-04, decide-se fechar as galerias mais profundas.

Existe metal que fica na América? Se relacionarmos os metais preciosos descobertos na América,o próprio descobrimento, a conquista e a construção de cidades e igrejas, etc. Além da quantidade de metais restante da diferença entre produção/exportação (Soetbeer calcula uma produção de 320 tonelada/ano entre 1560-1640; e Hamilton, uma exportação de 185 toneladas). Podemos afirmar que uma parte da produção permanece na América.

E ainda os metais que alimentam a especulação local - a circulação dos produtos regionais, mostram que a América tem uma vida própria.

Fraudes. As fraudes poderiam acontecer no caminho que o metal percorria das minas aos portos; no mar; ou na Europa, quando era desembarcada fora do circuito sevilhano, diretamente aos mercados europeus. O porto de Sevilha possuía um mecanismo de controle de todo o comercio colonial.

Pirataria. Hamilton sustenta que as ações de corsários (oficiais ou privados) não foram tão significativas: 80 ou 85% dos tesouros saídos da América consegue chegar a Espanha. A utilização do porto de Sevilha se deu justamente para evitar confronto com os corsários perto de Portugal e no Atlântico franco-inglês. De qualquer forma, a defesa desse tesouro determina gastos consideráveis.

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