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Evasão escolar ? Nenhuma a menos. Sem exceção!
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No Brasil, 2,4% das crianças e jovens entre 7 e 14 anos estão fora da escola. Parece pouco em termos percentuais, mas representa nada menos do que 660 mil crianças e jovens, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, do IBGE, de 2006. Os estados do Norte e do Nordeste têm os piores índices de exclusão. O líder é o Acre, com 6%. Esses percentuais incluem tanto os que largaram os estudos quanto os que nem chegaram a ser matriculados. As principais causas são questões familiares e culturais, envolvimento com drogas, trabalho precoce, falta de transporte ou de documentação. Segundo pesquisa do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, 72% dos estudantes matriculados nas escolas estão efetivamente nas classes, enquanto que 28% faltam muito ou não assistem à jornada mínima para o aprendizado (cinco horas diárias). Isso causa repetência, distorção idade-série, abandono e evasão. De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), de abril de 2008, 53,8% dos que iniciam o 1º. ano não chegam ao 9º. e uma pequena parcela volta às salas de aula de Educação de Jovens e Adultos. São três os problemas para a universalização da Educação: trabalho infantil, ignorância das famílias que não valorizam o ensino e questões ligadas a violência, drogas e pobreza. A Organização Internacional do Trabalho estima que 20% dos alunos em idade escolar parem de estudar por exercer uma atividade remunerada. Apesar de programas como o Bolsa Família, números do IBGE mostram que ainda há um longo caminho a percorrer: nos domicílios que não recebem o benefício, 2,1% das crianças estão fora da rede e chega a 2,8% entre os que começaram o ano recebendo o dinheiro. Entre os 5 e os 13 anos, 4,5% (1,4 milhões) de crianças trabalham, geralmente empregados eventuais, que faltam um ou dois dias às classes de forma regular. Em Arapiraca, a 140 quilômetros de Maceió, a indústria do fumo é forte e marcada pelo emprego infantil. Durante o primeiro semestre a mão-de-obra infantil é requisitada no contra turno, em casa ou na fábrica; no segundo semestre, parte dos estudantes segue com os parentes para o interior, a fim de ajudar na colheita. Na tentativa de solucionar o problema, a prefeitura passou a construir escolas de tempo integral, com atividades extracurriculares como aulas de caratê, reduziu de 16% para zero a média de evasão nas unidades que adotaram o sistema. Em 2009, outras cinco unidades devem funcionar em período integral. Nas regiões mais carentes, principalmente na zona rural, a principal causa do afastamento da sala de aula é a pouca importância que as famílias dão à Educação, por falta de informação, descrédito no governo e comodismo. Só um trabalho de convencimento, aliado a informações sobre as possíveis sanções legais dá resultados. Várias prefeituras adotam esse modelo de resgate individual. Equipes de educadores localizam as crianças que estão fora do sistema e procuram trazê-las de volta. Xapuri, no Acre, em 2006, tinha 30 alunos fora da escola, já resgatou 23. Nas grandes cidades, devido a violência doméstica, drogas, prostituição e desemprego, jovens fogem da família, da escola e do bairro e viram meninos e meninas em situação de rua. Em São Paulo, com o Projeto Quixote, assistentes sociais aproximam-se de jovens e, pouco a pouco, obtém informações pessoais, principalmente o endereço da casa deixada para trás. O primeiro contato pode demorar meses e, quando é feito, inicia-se uma fase em que diversos órgãos e entidades são mobilizados. O conselho tutelar e as secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação passam a atuar em conjunto. Em três anos de atuação, o Quixote atendeu mil crianças, encontrou 200 famílias e reintegrou 30 jovens à escola. Pela complexidade do problema, os números ainda são tímidos, mas apontam para uma possível solução para as metrópoles.
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