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Psicologia da Educação
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A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E A EJA
Ao se falar em EJA, Educação de Jovens e Adultos, há a necessidade de se observar, o tipo de sociedade na qual se desenvolve esta educação, em qual cenário ela está inserida e quem são os atores envolvidos. Um processo de ensino- aprendizagem que contemple a expectativa da sociedade atual, aponta para um educador que seja articulador, que promova a interação do aprendiz com o mundo em seu entorno, que o estimule na utilização de ferramentas e concorram para a sua formação integral. Assim, compreender a extensão, a complexidade e a especificidade dos processos educativos desencadeados em um espaço de convivência, requer enxergá-lo como um espaço público de cultura viva. Em seus estudos Ribeiro (1997), afirma que, os professores que trabalham com a educação de Jovens e Adultos devem estar preparados para atuarem de forma eficiente e eficaz com este aluno, que deverá possuir o sentimento do pertenciamento ao curso e a instituição. Considera-se que a aprendizagem de jovens e adultos é mais produtiva quando os participantes estão prontos para aprender. Mas, ainda que a motivação seja interna, é responsabilidade do educador criar um ambiente que estimule a motivação nos participantes. Apesar de todas essas propostas ainda existem milhões de analfabetos no país, de acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2000. Esse fracasso, de acordo com Freire (apud GADOTTI et al., 2001, p. 15), pode ser explicado por vários problemas, tais como: ?<...> os procedimentos didáticos e os conteúdos a serem ensinados <...>. Os próprios conteúdos a serem ensinados não podem ser totalmente estranhos àquela cotidianidade.? Nesse aspecto, a Psicologia da Educação tem muito a contribuir para a EJA, pois, na atualidade, quando se fala, em ''Psicologia da Educação'', vários termos podem ser utilizados como sinônimos, tais como: psicopedagogia, psicologia escolar, psicologia da educação, etc. Esta tem por objeto de estudo todos os aspectos das situações da educação, sob a ótica psicológica, assim como as relações existentes entre as situações educacionais e os diferentes fatores que as determinam; fazendo parte dos componentes específicos das ciências da Educação, tal como a sociologia da educação ou a didática, e tem como finalidade estudar os processos educativos. A Psicologia da Educação realiza contribuições à EJA, que vão desde as pautas sobre as trocas que se pode esperar com os resultados da aprendizagem, às hipóteses sobre como é e como se pode esperar que se comportem os jovens e adultos protagonistas da aprendizagem e do ensinamento nos cenários educativos. No entanto, as ferramentas conceituais que a Psicologia da educação pode aportar na ação instrutiva, nem sempre se apresentam aos jovens e adultos em um formato assimilável e compreensivo. E, neste aspecto os educadores necessitam de uma melhor compreensão sobre o funcionamento da mente e a personalidade dos aprendizes e o que se pode esperar deles no processo de ensino. Assim, a EJA, pautada em ciclos de aprendizagem, exige um acompanhamento ora coletivo, ora individual. É preciso considerar as diferenças em um mesmo grupo de alunos, sendo que cada um está em um percurso de formação, com sua especificidade e seu ritmo. A Psicologia da Educação identifica funções claras que devem ser assumidos por professores em seu trabalho diário junto a EJA, onde as características de aprendizagem dos adultos devem ser exploradas através de abordagens e métodos apropriados, produzindo uma maior eficiência das atividades educativas. Os adultos aprendem melhor a partir de sua experiência de vida anterior, de seus sentidos e das reflexões obtidas ao enfrentar problemas; aprendem melhor quando são capazes de questionar as normas ou princípios que respaldam o trabalho que realizam; aprendem quando recebem retroalimentação de seu trabalho ou das ações tomadas na solução dos problemas. Neste sentido, a psicologia da educação pode ajudar o docente a encontrar o que há para mudar e como é melhor faze-lo, sem esquecer o sentido social e moral que transcende sua função. Para isso é preciso compreender como aprendem os jovens e adultos a partir das condições e dos processos que os educadores podem mobilizar, sem ter que começar permanentemente de novo. Trata-se de dispor da melhor das concepções psicológicas, sem renunciar a cultura escolar, fundamentada em tentativas educativas bem sucedidas e/ou falidas, mas que nos tem levado ao que hoje temos: um corpo complexo de conhecimentos e, sobretudo, uma realidade institucional impossível de evitar, que são os sistemas educativos tal e qual são, com defeitos e sua importância social. Assim o educador precisa estar consciente da diversidade do conhecimento das teorias da aprendizagem e procurar transformá-las em elementos de estímulo, explicação, análise e compreensão, partindo do conhecimento prévio. Será através de um processo de reflexão que se permitirá uma retomada de consciência da estrutura conceptual individual que se dá a produção do conhecimento. O resultado de todo esse processo é a satisfação dos jovens e adultos possibilitando o seu sucesso educativo, revigorados pela oportunidade de trocarem experiências, bem como refletirem na importância do senso comum e do conhecimento prévio na EJA.
REFERÊNCIAS GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E. (Org.) Educação de Jovens e Adultos: Teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez, 2001. RIBEIRO, Vera Massagão. Alfabetismo e atitudes: pesquisa com jovens e adultos. São Paulo: Papirus, 1997.
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