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Alfabetização e Letramento: Divergências conceituais
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DIVERGÊNCIAS CONCEITUAIS No final dos anos de 1970, o livro A Psicogênese da Lingua Escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky revolucionava o conhecimento sobre alfabetização que se tinha na época. Segundo as autoras a aquisição das habilidades de ler e escrever depende basicamente da relação que a criança tem desde pequena com a cultura escrita. O letramento, termo mais recente, surgiu pela primeira vez com Mary Kato em 1986 com a publicação "No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística." Logo de acordo com as leituras propostas o termo Alfabetização indica que a criança domina os códigos da escrita e da leitura e Letramento de acordo com Magda Soares ?é não só saber ler e escrever, mas também fazer uso competente e freqüente da leitura e da escrita? (2006, p.36), ou seja, fazer uso da escrita e da leitura em suas práticas sociais para atingir diferentes objetivos. Segundo Emilia Ferreiro apud Pllegrini a coexistência entre os dois termos (alfabetização e letramento) não seria possível já que ?o processo de alfabetização pode ser desencadeado com o acesso à cultura escrita.? (2003, p.30). Para a autora isso seria um retrocesso. A esse respeito ela assinala: Eu me nego a aceitar um período de decodificação prévio àquele em que se passa a perceber a função social do texto. Acreditar nisso é dar razão à velha consciência fonológica. (2003, p.30)
Creio que o termo alfabetização por si só, já engloba um entendimento de domínio da escrita e leitura não sendo necessária a utilização do segundo termo, letramento, para designar a apropriação desses recursos na prática social e cultural. Em minha opinião não se deveria dissociar a alfabetização do letramento, pois a alfabetização de crianças deveria ser tão rica e estimulante que envolveria também o letramento desses indivíduos. Mas como destaca Magda Soares sempre aparecem novas palavras quando novos fenômenos acontecem, como ocorre com o termo ?nativos digitais? de acordo com Melo e Vicária ?termo surgido em 2001 com o educador americano Marc Prensky para designar a geração que cresce imersa na tecnologia.? É comum observamos crianças que ainda não são alfabetizadas, ou seja, não tem um domínio sobre a escrita e a leitura, porém têm uma intimidade muito grande com o computador interessando-se por uma infinidade de jogos virtuais como os de associação ou de memória. Além disso, essas crianças fazem parte de sites de relacionamento e criam e-mail navegando com muita propriedade no mundo virtual. A esse respeito Emilia Ferreiro apud Pllegrini afirma que com o aparecimento da internet criou-se um espaço tão inter-textual e variado mais até mesmo que uma biblioteca.O que falta então seria a democratização do uso do computador levando esta ferramenta às camadas mais carentes da população. As crianças, mesmo as bem pequenas, podem e devem ter um ambiente estimulador na família e caso isso não ocorra, como nas famílias de classes mais pobres, a escola deve fazer esse papel, fornecendo a criança um ambiente rico, com textos de variados gêneros. Ainda Ferreiro apud Pllegrini destaca que mesmo as crianças analfabetas devem ter contato com diversos tipos de textos. O professor deve estimular a leitura lendo em voz alta para seus alunos e como destaca Ana Teberosky apud Gentili ?se nos 200 dias letivos o professor das primeiras séries trabalhar um livro por semana, a classe terá tido contato com 35 ou 40 obras ao final do ano.?(2005,p.26). Alfabetizar pressupõe ensinar com exemplos práticos voltados para a própria realidade da criança, fezendo leituras com a criança, apresentando aos pequenos o mundo rico e fabuloso da leitura através dos mais variados tipos de textos como contos, fábulas,revistas, jornais entre muitos outros.
REFERÊNCIAS v GENTILE, Paola. Debater e opinar estimula a leit
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