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Violência na Escola
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Primeiro questionamento da autora é em relação à definição de violência como ?uso da força bruta ao invés da comunicação? para resolver qualquer tipo de problema, dizendo que este tema vem sendo largamente discutido nos mais diversos meios, principalmente pelo fato da violência estar se tornando cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas. Estando a violência tão ligada ao cotidiano do cidadão, a autora combate a visão do senso comum de que brasileiro é um ?povo sentimental, ordeiro e pacífico?, pois os índices da violência são alarmante em todo o país, e em especial nas grandes capitais, mostrando que não somos diferentes de países como Peru, Colômbia, Bolívia, El Salvador e Guatemala, que só não desfrutam de tão boa fama no cenário internacional. Um tipo de violência que a autora destaca como muito comum é a ?justiça por conta própria?, na qual os indivíduos lesados por outras pessoas se acham no direito de pessoalmente resolver seus problemas, já que não confiam na segurança pública como juízes e policiais. Essa falta de confiança é gerada pelo próprio poder público pelo descaso dedicado ao assunto, mas não é exclusivamente ?culpa do governo?, pois a violência tem causas sociais, econômicas e culturais, faltando muitas vezes uma base estrutural que deveria envolver outras instituições como família, escola, empresas, igrejas e etc. Para Silvia, é justamente essa quantidade enorme de causas e efeitos da violência que torna o problema tão difícil de ser solucionado. Quando transferido esse tema para a educação o que se tem é a visão dos direitos novamente sendo negados. Problemas como a evasão escolar são causa e ao mesmo tempo conseqüência da violação desses direitos, já que o Estado não garante, como deveria fazer, o acesso a uma verdadeira educação, criando um injusto mecanismo de seleção. São os excluídos desse processo, os que ficaram de fora da escola ou que não conseguiram completar seus estudos, que tem a maior probabilidade de acabar se aproximando de contextos mais violentos como o crime, drogas, tráfico e outros problemas sociais que geram a violência. A autora ressalta também essa contraditória situação no estado de São Paulo, pois sendo o estado responsável por quase 50% das riquezas do país isso não o torna menos violento, na verdade, muito pelo contrário. Com estudos apresentados por diversos autores, Silvia constata que é a convivência com a violência em seus diversos tipos, ou até mesmo a violência explicita na mídia, que gera um jovem violento, seja relacionado a violência física e moral, ou até mesmo cívica. Sobre a violência ligada a violação de direitos de cidadão, a autora ressalta que é esta muitas vezes a precursora das outras violências, pois um indivíduo que tem seus direitos básicos negados pela sociedade não se importará em privar outros dos mesmos direitos. De volta ao tema da violência na escola, o que se tem é a limitada associação da violência apenas com a falta de segurança e atos de vandalismo, muitas vezes atribuída como forma de materializar sua insatisfação, protesto ou crítica. O fato de também se constituir violência a falta de diálogo, companheirismo, educação doméstica e também o desrespeito mútuo é ignorado, dado que a autora considera preocupante, pois muitas vezes a forma de ?combater? essa violência mascarada é a reprovação por indisciplina, ou outros tipos de exclusões. Silvia mostra como muitos professores não se vêm como praticantes de atos violentos, jogando a responsabilidade ora para os alunos, taxando-os de violentos entre si e com os professores e outros funcionários, e ora para órgãos públicos ou superiores, sob a forma do autoritarismo. Essa questão autoridade/autoristarismo também é questionada, pois muitas vezes, o professor ao tentar fazer uso da autoridade acaba desrespeitando os alunos e caindo no autoritarismo. A autora aponta que esse é um problema também nas famílias onde os dois conceitos se misturam, e que a falta de limites que começa em casa é,muitas vezes, fator da indisciplina e da falta de respeito nas escolas. Em suas considerações finais, Silvia ressalta a importância desse estudo que é levar à reflexão desses dados e como violência determinada e ao mesmo tempo determinante de um contexto escolar/familiar/social violento e aponta algumas sugestões dadas pelos próprios professores, alunos e dirigentes que forneceram também os dados dos estudos para que a violência, definida como ?uso da força bruta?, seja substituída pela comunicação no momento de resolver os problemas.
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