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Currículo, Multiculturalismo e Formação do Professor (1)
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Currículo é um termo que, segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986), significa: ?Conjunto de matérias comuns a um curso?. No nosso entender, esta categorização, muito embora se adeqüe a compêndios de consulta rápida, como o caso da obra supra-citada, ainda assim não seria uma categorização que se preste à compreensão dos múltiplos fatores de ordem filosófica. política, social e cultural que trespassam os critérios de escolha e organização dos conteúdos pertinentes a um certo curso. No que se refere aos aspectos ideológicos, APPLE (1998) identifica a ? oficialização? de um dado conhecimento escolar como uma das muitas formas possíveis de direcionar (em nível ideológico) de forma sub-reptícia a tônica de um dado curso. Tal direcionamento se faria despercebido a partir de uma proposta de ?eficácia dos especialistas em educação?, e uma ? neutralidade técnica? dos critérios de escolha utilizados para a seleção/exclusão de um dado grupo de conhecimentos. Ao longo da história, outras caracterizações já foram propostas para a palavra ? Currículo? (sempre no que tange ao campo da educação), tendo sido este entendido com ?conjunto de disciplinas?, ?elemento de controle comportamental?, ?prática de significação?, e até mesmo como uma espécie de ? totem fetichizado? (SILVA, 2000-a, 2000-b). Ao que parece, dentre estas múltiplas classificações, que correspondem a momentos históricos distintos no que se refere às teorias curriculares, entendemos que dependendo da instituição onde um dado currículo for construído, este será percebido (não só no nível das idéias pedagógicas, mas também no que se refere à prática institucional) como uma dessas acepções, o que condicionaria por sua vez processos de (re)construção(ões) curricular(es) característicos de cada uma de tais acepções de currículo. Segundo LOPES (2000), as principais críticas que são feitas às construções de currículos realizadas ao longo do tempo dão conta de sua fragmentação em disciplinas e conseqüente enviesamento por uma concepção filosófica de natureza discutível (concepção disciplinar do conhecimento, tal como proposto por John Locke). Ainda segundo esta autora, as teorias curriculares críticas propõe a integração disciplinar, e produção integrada de conhecimentos escolares no âmbito das instituições educativas, sendo isto possível a partir da articulação entre currículo e conhecimento não-fragmentário, ou seja, haveria aí a possibilidade de fazer interagir os conhecimentos oriundos da realidade dos sujeitos presentes numa dada instituição com o saber institucionalizado e outras instâncias de produção cultural. Estudos mais recentes têm se preocupado em verificar em que medida currículos na educação e na formação de professores têm levado em conta o respeito às diferenças e a valorização da diversidade cultural (CANEN e MOREIRA, 1999; MOREIRA, 2000). Esses estudos propõe análises dos grupos humanos com base nos conceitos de pluralidade cultural, diversidade cultural e diferenças culturais, sendo que todas estas acepções encontram-se agrupadas a partir do termo polissêmico denominado: ? multiculturalismo?. Este termo engloba referências a movimentos políticas, perspectivas teóricas, metodologias de estudo e filosofias distintas, tendo como ponto de convergência o reconhecimento à diversidade cultural (CANEN e MOREIRA, 1999). No âmbito deste estudo, estamos nos referindo ao campo do multiculturalismo que alude às relações desiguais de poder ocorridas entre as culturas em espaços educativos tais como o que pretendemos analisar.
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