Face à necessidade de conquistar a adesão das massas populares à causa da revolução e à colaboração com os bolcheviques (que eram apenas 250.000 num pais de 175 milhões de habitantes), Lenine teve como primeira preocupação assinar a paz com a Alemanha, ?uma paz vergonhosa mas necessária?, afirmaria ele mais tarde): pelo Tratado de Brest-Litovsk (Março de 1918), a Rússia retirava-se da Guerra, renunciando à posse da Finlândia, das regiões do Báltico, da Polónia, e reconhecendo a autonomia da Ucrânia. Uma paz com um preço elevado, mas que «salvava a Revolução». Entre 1917 e 1921, Lenine promulgou uma série de decretos revolucionários que visavam a destruição total do sistema capitalista, através da nacionalização de toda a economia:

 - a grande propriedade foi expropriada sem indemnizações e entregue aos comités agrários e aos sovietes camponeses;

- todas as colheitas agrícolas eram entregues ao Estado. (com excepção da parte necessária ao consumo próprio);

- todas as empresas industriais com mais de 10 operários foram nacionalizadas e confiadas aos sovietes operários;

- os bancos e o comércio externo passavam a constituir monopólio do Estado;

- o «decreto sobre as Nacionalidades» afirmava a igualdade de todos os povos do Antigo Império. (Em 1922 criou-se a federação das diversas repúblicas com a designação de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas -U. R. S. S.)

O grande objectivo de Lenine era a instauração da ditadura do proletariado, a fim de «libertar a Humanidade da escravatura assalariada, abolir a exploração do homem pelo homem, e atingir o socialismo, que não conhece classes sociais».

A aplicação daquele programa, conhecido por «comunismo de guerra», encontrou numerosas resistências, especialmente por parte dos agricultores, que passaram a produzir apenas para consumo próprio. A economia afundou-se: em 1920 a produção agrícola e a produção industrial foram apenas, respectivamente, de 30 % e 20 %  das de 1913. O regime estava em perigo.

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